22/08/2023


Saúde

Hoje é o Dia Mundial do Câncer: câncer de pele é o mais comum no mundo

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Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, o tumor de pele não melanoma é o câncer mais comum no mundo e também no Brasil e a tendência é que os casos continuem a aumentar. “Em geral, esse tipo de tumor tem um bom prognóstico e grande índice de cura. Entretanto, se não diagnosticado e tratado corretamente, pode evoluir com gravidade, causando até mesmo deformidade física”, explica a dermatologista Annia Cordeiro Lourenço.

Apesar de menos recorrente, o melanoma – tumor mais agressivo – representa 75% das mortes por câncer de pele e sua incidência dobrou nos últimos 10 anos. “O melanoma precisa de diagnóstico e tratamento rápidos, pois pode invadir as camadas mais profundas da pele e, em seguida, sofrer metástase, atingindo outros órgãos”, ressalta a especialista.

O alerta principal é para a possibilidade de prevenção do câncer de pele. “O principal fator de risco para a doença é a exposição à radiação ultravioleta sem proteção. Os raios UV estimulam a produção de enzimas destruidoras de colágeno e também promovem a mutação do DNA das células, o que pode levar ao aparecimento de tumores. A proteção solar adequada tem grande valor na prevenção do câncer de pele, em especial, nos primeiros anos de vida”, comenta Dra. Annia.

Ou seja, a proteção solar com filtros de alto fator de proteção e também pelo uso de roupas e chapéus ajuda a evitar a doença. A especialista lembra ainda que a exposição aos raios UV acontece também em câmaras de bronzeamento artificial e, por isso, elas são contraindicadas. “O dano causado pelo sol é acumulado na pele ao longo da vida, por isso, as crianças devem ser protegidas para não sofrerem com doenças dermatológicas na vida adulta.”

De olho no corpo

Quanto antes o câncer de pele for diagnosticado e tratado, maiores são as chances de cura e melhor será o resultado do tratamento. Por isso, é fundamental que o dermatologista seja procurado quando forem percebidas pintas ou manchas incomuns na pele. “As pintas podem ser malignas ou benignas, podendo ser até mesmo o início de um câncer de pele”, alerta.

Para avaliar corretamente, pode ser usada uma técnica chamada dermatoscopia digital, que permite o registro e armazenamento das imagens de exames do paciente, para que possam ser comparadas e reavaliadas no futuro. “Tal acompanhamento tem se mostrado a maneira mais eficaz para diagnósticos cada vez mais precoces, inclusive do câncer de pele tipo melanoma”, afirma a dermatologista.

A dermatoscopia é uma técnica não-invasiva que permite que o especialista faça uma avaliação das pintas sem precisar retirá-las. “Como se usássemos um microscópio, observamos a lesão mais detalhadamente e identificamos se ela precisa ou não ser retirada. Temos um ótimo resultado e, assim, diminuímos procedimentos desnecessários, evitando cortes e cicatrizes.”

A dermatologista lembra que, aos olhos do leigo, o tumor parece muito com uma pinta comum e, muitas vezes, origina-se em uma lesão pré-existente e, por isso, a visita ao médico é fundamental para que o diagnóstico seja feito o quanto antes. “Por isso, há uma regrinha que usamos para lembrar os pacientes. É o ABCDE dos nevos. Se alguma pinta apresentar uma ou mais das seguintes características, a dermatoscopia deve ser solicitada: A – assimetria, B – bordas irregulares, C – cores (duas ou mais), D – diâmetro maior que 6 mm, E – evolução ou mudança na lesão.”

Cristina Esteche

Jornalista

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