Policiais militares e civis, incluindo o Corpo de Bombeiros e familiares das duas categorias, fazem vigília às 19h30 desta sexta-feira, em frente a Quartel do Bombeiro. A sociedade guarapuavana está sendo convidada a participar e ser solidária à luta que visa a valorização dos policiais por parte do Governo do Estado. Quem aderir deve levar um recipiente para colocar vela acesa. Após a concentração em frente a Igreja haverá caminhada pela Rua XV de Novembro com nova concentração em frente a Praça 9 de Dezembro. Está sendo solicitado que os participantes vistam camisetas brancas, da Emenda 29 ou da PEC 300.
Esta será a segunda vigília em Guarapuava. A primeira aconteceu no dia 14 de fevereiro.
De acordo com lideranças das categorias em Guarapuava, Laudenir Dotta (diretor geral da APCS – Associação dos Policiais Cabos e Soldados), Paulo Cesar da Silva (diretor da APCS – subsessão de Guarapuava) e Murilo Moreira (diretor presidente da Fenix/GB), a vigília acontece no mesmo dia em que o Governo do Paraná enviará nova proposta salarial aos policiais. “A presença de todos é fundamental, pois não estamos pedindo reajuste e sim a aplicação da proposta que foi amplamente discutida e que se não for implantada na íntegra da minuta discutida, será um tiro no pé”, entendem os representantes dos policiais militares.
A proposta, porém, já foi apresentada pelo Governo ainda na manhã desta sexta-feira e o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Ademilson Alves Batista, disse que a nova oferta do governo "não é ruim”.
Embora os valores da nova tabela não terem sido fechados, por falta de acerta detalhes, o governo está respeitando o tempo de carreira dos policiais e acarretando benefícios aos policiais com mais tempo de serviço. Os dois sindicatos, de Londrina e de Curitiba 9 Sinclapol – Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná) aguardam os detalhes que serão enviados pelo Governo até a próxima sexta-feira, dia 28. Só então serão realizadas assembléias para a apresentação aos policiais.
Segundo a Agência Estadual de Notícias (AEN), “as novas tabelas para policiais civis e militares, além dos integrantes da Polícia Científica – serão elaboradas levando em consideração os limites orçamentários e financeiros globais previstos na proposta anterior, de forma a atender à Lei de Responsabilidade Fiscal”.
QUEDA DE BRAÇO
A queda de braço entre os policiais e o Governo do Paraná começou em 15 de fevereiro quando o Governo apresentou a proposta de reajuste salarial (26% na remuneração inicial dos policiais). “A base se sentiu desprezada e ultrajada pelo governo do estado. Cumprimos o nosso compromisso de negociar até o fim, mas as negociações terminaram com a apresentação dessa tabela [de reajustes]”, diz o presidente do Sinclapol André Gutierrez à GP nesta sexta-feira. O governador Beto Richa (PSDB) contestou ao divulgar que o índice de reajuste oferecido “coloca o Paraná com um dos melhores salários do Brasil para as forças de segurança”.
Já a Associação de Defesa dos Policiais Militares (Amai) também fortalece as críticas à proposta do governo alegando que a oferta não implica reajuste de 23% a todos os PMs. O presidente da entidade, coronel Eliseu Furquim, segundo a GP, passa a falsa ideia de que os policiais vão receber um aumento substancial.
“Os números são perversos porque implicam perdas salariais. O governo não pode manipular esses dados, dando à população a impressão de que os policiais militares estão recusando uma proposta excelente. A proposta é péssima, para não dizer coisa pior”, disse à GP.
Por conta de todos esses desencontros os policiais anunciaram que entrariam em greve no domingo, 19 de fevereiro, mas o movimento foi impedido por uma liminar do Tribunal de Justiça, na noite de sexta-feira, dia 17. Em caso de descumprimento o TJ determinou multa diária de R$ 100 mil.
O Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), anunciou que independentemente da nova proposta do governo, o advogado Milton Miró Vernalha Filho entrará com recurso no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) por entender que não foi respeitado o direito à greve. Também irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, dia 27, ou na terça-feira, dia 29. Antes disso, deve haver uma reunião com departamento jurídico da entidade ainda na segunda (27).
O entendimento do Sinclapol é de que a greve é legal, por isso a categoria reivindica que apenas 30% dos policiais sigam trabalhando na Operação agora denominada Legalidade.
Com informações da GP
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