22/08/2023
Segurança

Novo julgamento de Daniel Brandalise já dura mais de 4 horas

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Presidido pela juíza Carmen Mondin o novo júri do jovem Daniel Brandalise já dura mais de 4 horas. Já condenado a 10,6 anos, pela morte de Everson Ferreira da Silva, mas cumprindo pena de 7 anos por decisão do Tribunal de Justiça do Paraná em apelação feita pela defesa, Daniel está sendo julgado hoje por duas tentativas de homicídio contra Aldinei Dalazone e Arnaldo Silva Junior. Das duas de três acusações contra as pessoas que estavam em companhia de Everson na noite do crime (11 de julho de 2005), Daniel foi absolvido, mas um recurso do Ministério Público junto ao TJ-PR anulou a decisão anterior e pediu novo julgamento.

Ao contrário do primeiro júri onde a espetacularização marcou o julgamento provocando presença maciça de pessoas na sala do júri, o atual ocorre com tranqüilidade. Estão acompanhando apenas familiares de Daniel, pessoas ligadas aos outros dois envolvidos e poucos populares.

Antes do almoço o promotor Marcelo Adolfo Rodrigues, que tem como assistente o advogado Joarez Ferreira da Silva, fez o seu pronunciamento dirigindo-se ao Corpo de Jurados composto por 4 homens e 3 mulheres.

 

O argumento do promotor é objetivo. Ao pedir a condenação de Daniel pela duas tentativas de homicídio discorreu sobre o processo, falou de depoimentos, mostrou provas visuais e testemunhais. Ele diz que a sua tese é corroborada por três desembargadores do TJ que entenderam que o resultado do julgamento anterior nesses dois casos não condizem com as provas apresentadas nos autos.
“O Daniel teve a intenção de matar as outras pessoas. Como é que você joga o carro sobre quatro pessoas e só quer matar uma?” questiona. A promotoria também traz à tona a frase proferida por Daniel logo após o crime, segundo testemunhas. “Vejam o que um burguês faz com um pobre filho da p…. que tinha que morrer mesmo, assim como tinham que morrer os outros três.”

A tese da defesa apresentada pelos advogados Caio Fortes Mateus, Pedro Armando Silva Filho e Eduardo Ribeiro Caldas, se prende ao depoimento dos envolvidos ainda na delegacia de polícia na madrugada do crime quando Daniel foi preso em flagrante.

Após ler vários depoimentos, incluindo os das pessoas que estavam com Everson, a defesa mostra que em nenhum momento as supostas vítimas mencionam que tiveram que correr, subir no muro para fugir do atropelamento como consta depoimentos em juízo. Contraria também a tese de que Everson não conseguiu correr por ser corcunda, mas foi atingido por estar à beira da rua o que teria facilitado o atropelamento.

 

A defesa diz ainda que o processo “está manchado” por versões que foram modificadas a cada dia. “O que se quer é o justiçamento do Daniel e se dependesse da mídia o Daniel estaria condenado a 30 ou 40 anos de prisão. Me parece que o Daniel é um louco que quis jogar o carro sobre pessoas,” argumenta a defesa.

 

Antes de contestar outros fatos apresentados pelo MP, a defesa colocou Daniel como um exemplo de jovem que comete um crime, é condenado, passa por todos as etapas da progressão da pena (regime, fechado, semi-aberto, aberto) e agora está “totalmente ressocializado”.

Após o intervalo para o almoço o julgamento retorna.

 

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Cristina Esteche

Jornalista

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