Mulher de 107 anos diz que vive feliz

Nascida em 25 de dezembro de 1904, Maria Delfina Portela da Silva Barbosa, ou Dona Delfina, como é conhecida, aos 107 é a mulher mais idosa, hoje, em Coronel Domingos Soares.

Dona Delfina, ao longo de sua vida, teve uma família grande. Casou-se jovem com Paulo Barbosa e, desta união, nasceram 08 filhos. Destes, 42 netos, que lhe deram 32 bisnetos e, por fim, 02 tataranetos. Alguns filhos e netos já faleceram.

Nasceu, cresceu e sempre viveu na área rural, de onde nunca teve vontade de sair. Seu estudo, como ela mesma conta, foi o trabalho. “Naquele tempo não davam estudo pra gente; o estudo que davam, os pais, era a enxada, o machado e a foice”, relata. Hoje, sua neta, Maria Sebastiana Esconginski, é quem mora com ela, cuidando-a e ajudando nos afazeres domésticos, os quais Dona Delfina nunca deixou de fazer. “Eu criei ela e agora ela está me criando”, conta, se referindo à neta.

Deu à luz sozinha seus filhos e ainda auxiliou muitas mulheres em trabalho de parto, devido às dificuldades existentes na época para comunicação e deslocamento, em caso de urgência.

Mas se entristece ao lembrar que muitos dos que trouxe ao mundo sequer lembram dela. “Ganhei meus filhos sozinha; ganhei e ajeitei tudo, levantei e fui pro rio, lavar roupa”, conta.

Quanto à saúde, Dona Delfina apenas reclama de não estar mais enxergando como antes, mas no restante sente-se bem, inclusive tendo uma boa audição. Mas e qual é segredo dessa longevidade? “Já  esqueci. Quando vai ficando velho vai se acabando”, mas revelou que gosta muito de leite. “Tendo leite pra mim não precisa mais nada”, disse Dona Delfina. "Nós empre tivemos vacas de leite para o sustento da família," afirma.

Hoje, aos 104 anos de idade, Dona Delfina diz que teve uma vida feliz e realizada. Pretende continuar a viver onde está, pois foi um pedido do marido, que quando faleceu também passava dos 100 anos. Para os mais jovens a alegre  senhora deixa um recado: “Pra viver feliz no mundo, com fé em Deus. Muita gente não tem fé em Deus e fica fazendo só bobagem. Eu não; me deito com Deus e me levanto me lembrando dele," diz.

Foto: Dona Delfina.

Colaborou: Diego Argenta