Estadual – A proposta para reajuste do piso salarial regional para as seis categorias que recebem o mínimo no Paraná é de 14,9% e deve ficar entre R$ 605,52 e R$ 629,65. O anúncio do reajuste foi feito nesta terça-feira (03) pelo secretário de Planejamento, Enio Verri, durante reunião a Escola de Governo, realizada em Curitiba.
Se aprovado o reajuste, o maior piso do Estado deve ser 35,2% superior ao salário mínimo nacional, que passou de R$ 415,00 para R$ 465,00 no dia 1º de fevereiro. O reajuste do piso do Paraná deve vigorar a partir do dia 1º de maio.
A proposta técnica deverá ser encaminhada pela Secretaria de Planejamento para a Casa Civil nesta quarta-feira (04), que a enviará para a Assembléia Legislativa para ser analisada pelos deputados.
O governo chegou a este índice por meio de estudo feito pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), instituição vinculada à Secretaria de Planejamento, que debateu a proposta com a Secretaria de Trabalho e Promoção Social, Centrais Sindicais e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, acredita que a proposta será aceita na Assembléia Legislativa, à exemplo do vem ocorrendo desde 2006, quando o governador Roberto Requião criou o piso mínimo regional. Os deputados sabem da importância do reajuste para a economia paranaense. O novo piso trará melhor distribuição de renda no Estado, fazendo que os mais pobres possam comprar mais, disse.
Além disso, o piso regional deve impulsionar os municípios de pequeno porte. O dinheiro vai restabelecer o ciclo virtuoso do desenvolvimento econômico e circular no âmbito municipal, já que permite ao trabalhador fazer uma compra maior no mercado, na feira, na loja da praça, na barbearia, completou.
De acordo com o estudo do Ipardes, o índice de 14,9% representa a soma do crescimento do Produto Interno Bruto do Paraná estimado em 5,8% para 2008 e 9,1% equivalente ao reajuste aplicado sobre o salário médio de admissão dos trabalhadores no ano passado (R$ 642,65) frente a 2007, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
A adoção do piso mínimo regional é mais uma medida para a diminuição das desigualdades sociais em um Estado cuja economia é a quinta maior do Brasil. Por isso, consideramos o crescimento do PIB para compor o índice de reajuste, observou o presidente do Ipardes, Carlos Manuel dos Santos.
Para o secretário de Planejamento, Enio Verri, o reajuste do piso regional é mais uma medida do Governo do Estado no enfrentamento à crise financeira mundial. Ele disse, ainda, que o salário mínimo pago pelo mercado em 2008 já equivale ao novo piso regional. Portanto, a implantação do reajuste não deve prejudicar as empresas nem as famílias que mantêm empregados domésticos.
Desde 2003, os dados apontam que o Paraná é um dos Estados que mais geram empregos no país. Quando se tem um poder aquisitivo maior, se consome mais, a economia gira com maior intensidade. Por isso, neste momento, é essencial manter e ampliar o poder aquisitivo da população, defendeu Enio Verri.
Com a proposta de reajuste, os valores passam a ser os seguintes:
Piso 1: R$ 629,65 Técnicos de Nível Médio (Grande Grupo 3 da Classificação Brasileira de Ocupações)
Piso 2: R$ 625,06 Trabalhadores da Produção de Bens e Serviços Industriais (Grandes Grupos Ocupacionais 7 e 8 da CBO)
Piso 3: R$ 620,46 Trabalhadores de Serviços Administrativos (Grande Grupo Ocupacional 4 da CBO)
Piso 4: R$ 614,72 Trabalhadores de Reparação e Manutenção (Grande Grupo Ocupacional 9 da CBO)
Piso 5: R$ 610,12 Trabalhadores empregados em Serviços, Vendedores do Comércio em Lojas e Mercados (Grande Grupo Ocupacional 5 da CBO)
Piso 6: R$ 605,52 Trabalhadores empregados nas Atividades Agropecuárias, Florestais e da Pesca (Grande Grupo Ocupacional 6 da CBO)
Foto: O secretário do Planejamento Enio Verri, durante a Escola de Governo. Foto Arnaldo Alves – SECS