Um chá recheado a saudosismo e resgate histórico vai marcar a participação da mulher negra na sociedade guarapuavana.
Anônima nas atividades oficiais programadas e que tomaram conta da última semana, mulheres negras que descendem das antigas integrantes do Grêmio das Violetas, que precedeu até mesmo a fundação do Clube Rio Branco, se reúnem neste domingo, 8, para discutir a reativação do Grêmio.
A idéia é apenas uma nas atividades culturais que serão desenvolvidas no Rio Branco a partir de agora, anuncia Sahara Freitas (foto) , idealizadora do projeto em pauta.
Ela espera reunir mais de 100 negras durante a tarde de domingo para recuperar por meio de conversas a história do Grêmio das Violetas, uma entidade criada pelas lavadeiras que se reuniam nos córregos que existiam perto da atual Estação da Fonte.
Lideradas por dona Leocádia Maria do Belém, esposa do escravo Campolim de Sá Camargo, as negras trabalhavam para juntar economias e criar um clube onde pudessem se divertir. Em 1919 foi criado o Rio Branco, relembra.
O Grêmio das Violetas se tornou o responsável pela organização de eventos sociais do Clube, como as tradicionais festas juninas que marcaram época na cidade, o Baile de 13 de maio, que exigia traje a rigor por ser de gala, o Baile da Primavera, este o mais tradicional do Rio Branco. Os homens vestiam roupas brancas e havia a tradicional valsa que era ensaiada pelo presidente e fundador Bento José da Silva, conta Sahara.
Mas a participação de maior importância das mulheres foi entre 1915 e 1950. Eram elas que decidiam tudo e os homens executavam, afirma Sahara.
O evento deste domingo pretende reunir cerca de 100 descendentes das antigas integrantes do Grêmio das Violetas. O Rio Branco possui hoje cerca de 200 sócios, dos quais 30 são remidos. E é as mulheres dessas famílias que queremos reunir para homenagear as mulheres anônimas que ajudaram a escrever a história de Guarapuava, diz.
Cotidiano
Dia Internacional da Mulher – Negras vão reativar o Grêmio das Violeta
- Por Cristina Esteche
- 08/03/2009