22/08/2023
Segurança

Falso diploma concedido a Strechar e outros 34 condena diretores do Catequista

Dois diretores do Colégio Catequista de Queluz em Guarapuava foram condenados pela Justiça a cumprir penas em regime fechado. Damião Cosme Xavier, que responde pela direção do Colégio deverá cumprir 13,6 anos, enquanto sua irmã, Inamari Xavier Nunes foi condenada a 12 anos de prisão, ambos em regime fechado. Eles foram condenados  pela prática de estelionato, inserção de dados falsos e falsificação de documentos públicos. A condenação foi em primeira instância e cabe recurso. Damião e Inamari podem recorrer em liberdade.

A causa que gerou o processo e que resultou na condenação dos dois diretores foi a emissão de diploma para o presidente afastado da Câmara de Vereadores, o peemedebista Admir Strechar, pivô das investigações no Catequista. De acordo com o promotor Claudio Cortesia, no dia 5 de setembro de 2007 o MP recebeu uma denúncia de que o então presidente da Câmara estava cursando Direito após ter apresentado certificado “comprado.” Segundo as investigações, a época Strechar cursava Direito num das faculdades de Guarapuava e tinha “concluído” o ensino médio no Colégio Catequista. Outros 34 alunos, incluindo o ex-vereador Valtair Siqueira Albertti (PP) também concluíram o curso sem freqüentar aulas, bastando entregar trabalhos feitos em casa, fazer provas e pagar a semestralidade cujos valores oscilavam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil para cada série. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público em setembro de 2008. Durante as investigações houve mandado de busca e apreensão, 187 pastas com históricos escolares de alunos.

 

Outro ponto falho foi apresentado pelo Núcleo Regional de Ensino em 2006 foi que o Catequista teria que passar por uma avaliação em 2003, o que não aconteceu. Essa versão foi contestada em 2006 pelo advogado Claudio Sebrenski. “Se o Catequista está com a licença vencida por que o NRE não lacrou o colégio?” questionou o advogado na época. O NRE não respondeu apesar da insistência da RSN.

Na página 17 dos autos do MP, Claudio Cortesia, responsável pela denúncia ao juiz, considerou que os 35 alunos foram vítimas, já que receberam um certificado sem validade porque o colégio não se submeteu a avaliação requerida pelo Ministério da Educação.

O colégio que é tradicional em Guarapuava e que atua há cerca de 48 anos na área educacional,  também emitiu os certificados a 11 alunos que haviam desistido do curso. Na época, em entrevista concedida à REDE SUL DE NOTICIAS, Damião disse que a reclassificação – nome dado a esse processo – seria legal e prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Desde ontem, quarta-feira (30) quando a sentença foi comunicada à RSN pelo MP, a Rede tenta contato com Damião, mas o diretor não está sendo encontrado.

Cristina Esteche

Jornalista

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