22/08/2023
Política

Conselho Popular de Guarapuava ironiza programa “Prefeitura nos Bairros”

imagem-38716

O Conselho Popular de Guarapuava (CPG) ironiza o programa que vem sendo desenvolvido pela Prefeitura nos últimos meses e que leva o prefeito Fernando Ribas Carli, semanalmente, a bairros da cidade. De acordo com o presidente do Conselho, Marcio de Sequeira, em 2011, a partir de uma parceria com a Diocese de Guarapuava, o Conselho visitou paróquias em diversos bairros de Guarapuava para colher sugestões e ouvir as reivindicações dos moradores. Esses clamores, porém, não encontraram o respaldo oficial. “A Prefeitura se recusa a receber o Conselho outras instituições, revelando sua postura antidemocrática”, critica o presidente.

 

Sequeira observa que agora em 2012 o prefeito e seu grupo político começaram a realizar reuniões nos bairros para colher sugestões e conhecer os problemas locais, fazendo o mesmo trabalho que o Conselho Popular de Guarapuava iniciou antes. “Por que durante sete anos o prefeito não recebeu ninguém e nenhuma entidade para ouvir sugestões e somente agora em ano eleitoral “visita” os bairros? Isso demonstra puro interesse eleitoral”, alfineta Sequeira.

“Como acreditar em alguém que muda tão rápido de atitude e agora tenta se passar por democrático para ouvir os moradores? Desde 2005 Guarapuava já perdeu muitas verbas que foram trazidas com o esforço de seus adversários políticos, mas que o prefeito recusou, prejudicando não seus adversários, mas sim a população e o município”, diz.

 

As críticas do Conselho Popular de Guarapuava se estendem também ao sistema de pavimentação asfáltica adotado pela Prefeitura. “A Prefeitura agora tenta se promover apenas porque cumpre sua obrigação de fazer asfalto novo, porém sem providenciar antes as galerias pluviais e por isso casas que antes não eram inundadas pelas chuvas, agora são; ou fazer uma camada fina para recapear o asfalto antigo que a prefeitura deixou esburacado por muitos anos. Por que o atual prefeito deixou os problemas se agravarem e só muito tempo depois começou a “maquiar” a cidade perto da eleição? “ pergunta.

 

Sequeira lembra também que os governantes são eleitos e pagos pelo povo, portanto são funcionários da sociedade e devem cumprir as leis, fazer o melhor pela população a cada ano, usando todos os recursos e verbas disponíveis. “Ninguém precisa agradecer quando os políticos cumprem seu trabalho porque essa é a obrigação deles. Porém o que vemos em muitos municípios do Brasil, especialmente Guarapuava, é o descaso da administração municipal e abuso de poder, um desrespeito aos princípios constitucionais da administração pública como atender primeiro todas as necessidades básicas da sociedade, cumprir as leis, tratar a todos de forma igual, ser honesto e ético, divulgar tudo o que a lei obriga.”

 

Segundo o presidente, O CPG defenderá os direitos de participação dos cidadãos guarapuavanos e cobrará rigorosamente a máxima eficiência de todos os agentes públicos, sejam quais forem os próximos prefeitos, vereadores, funcionários concursados e nomeados.

 

 

O CONSELHO POPULAR DE GUARAPUAVA
O Conselho Popular de Guarapuava foi constituído legalmente em outubro de 2010, por iniciativa de professores e alunos formados no curso “Fé e Política”, criado pela Igreja Católica e implantado no município pela Diocese de Guarapuava, sendo certificado pela Unicentro. O CPG é um órgão do povo, suprapartidário e autônomo, aberto a pessoas de todas as origens e crenças religiosas. Trabalha com voluntariado para defender os direitos dos cidadãos guarapuavanos de participarem do planejamento e orçamento municipais. Somente pessoas com certidões negativas nas Varas Cíveis I e II e na Vara de Execução Penal podem fazer parte da sua diretoria. Assim o CPG já nasceu com Ficha Limpa obrigatória.

 

Com nove entidades fundadoras e o apoio de diversas, o CPG trabalha pela construção de uma sociedade participativa. Mais de 20 artigos presentes em leis federais, estaduais e municipais, garantem a participação direta da população no planejamento do orçamento público e na cobrança de obras e serviços. Poucos governantes respeitam esses direitos.

 

Foto/ Prefeito Fernando Carli no bairro Boqueirão/ACS

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo