22/08/2023
Cotidiano

Guarapuava supera a média nacional no ranking da violência contra a mulher

Guarapuava “amarga” mais um índice negativo no cenário nacional. Dados estatísticos divulgados pelo Instituto Sanagari e pelo Ministério da Justiça colocam-na no ranking da violência contra mulheres entre os municípios com os maiores índices nacionais. Para se ter uma ideia da gravidade da situação nessa área entre os municípios brasileiros com mais de 26 mil mulheres Guarapuava está na 91ª.colocação. No Paraná está em 11º. lugar. No Mapa da Violência traçado pelo Ministério da Justiça foram destacados os municípios que possuem taxas acima de 8 homicídios para cada 100 mil mulheres, praticamente o dobro da média nacional. Guarapuava supera essa média com 8,2.

Essa realidade chamou a atenção de um grupo de mulheres que se mobilizaram pelo Facebook e organizaram a Marcha das Vadias. O movimento cresceu e chamou a atenção da App-Sindicato, Movimento de Mulheres do Bairro Primavera, Movimento Levante da Juventude, Movimento pelo Passe Livre. A caminhada acontecerá no sábado (23), a partir das 9 horas, na Praça Cleve.

 

Além de chamar a atenção aos diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres, verbal, física ou sexual, mobilização pretende combater a responsabilização das vítimas pela violência sofrida e ressaltar os direitos das mulheres. É um protesto contra o machismo.

 

Em Guarapuava a falta de uma delegada da Mulher e do funcionamento da Delegacia da Mulher, a ausência de espaços em faculdades e na universidade para debater o tema, a falta de uma Secretaria da Mulher e de politicas públicas voltadas ao gênero pautarão o protesto que também foi divulgado na Câmara de Vereadores na sessão dessa terça-feira (19) pelas professoras Terezinha Daiprai, Mabia Camargo e Rosimeri Moreira.

 

O movimento foi inspirado no “Slut Woalk”, protesto criado em Toronto, no Canadá em maio de 2011. Um dos redutos do feminismo mundial, Toronto despertou a mobilização da sociedade quando um oficial da polícia fez um pronunciamento dizendo que para evitar casos de estupro as mulheres deveriam deixar de se “vestir como vadias.” A declaração fez eco e provocou protestos nos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Nicarágua, México, Israel, Portugal, Colômbia. Neste ano o protesto contrário ao machismo ganha outros países. No dia de maio a Marcha das vadias foi realizada simultaneamente em 14 cidades brasileiras, todas mobilizadas pela Internet.

Cristina Esteche

Jornalista

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