22/08/2023
Cotidiano

União das mães de deficientes mantém Associação em Pinhão

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Por Jean Patrik Soares (*) 

Em Pinhão, as mães de crianças com deficiência cansaram de esperar por ajuda do governo, que nunca chegava, e resolveram correr atrás de seus direitos. Em 2008, foi criada a Associação Pequeno Anjo, uma entidade que auxilia mães de crianças com deficiência na luta por seus direitos.

A principal responsável por essa iniciativa é Marisa Do Carmo Krysiaki, presidente e fundadora da associação, ela é mãe do Jackson, 18 anos, que não anda e nem fala, vive como um bebê que necessita de todos os cuidados básicos. Marisa conta que quando ainda era mais jovem nunca tinha conhecido nenhuma pessoa com deficiência e que foi muito difícil aceitar as limitações de seu filho. Segundo ela, todas as mães sofrem com essa realidade, e que, por isso, necessitam de orientação.

Marisa relata que várias mães já a procuram desesperadas, sem rumo, pensando até mesmo em abandonar seus filhos. Como a maioria é de baixa renda, elas não têm recursos para cuidar de seus filhos e nem sabem onde procurar esse recurso. “Com essas dificuldades a gente descobriu que temos que nos unir e correr atrás dos nossos direitos,” relata Marisa emocionada.

O trabalho da associação é simples, mas significativo, consiste na fabricação e distribuição gratuita de fraldas para as pessoas com deficiência. A associação ainda se responsabiliza por providenciar alimentos, remédios e consulta médica para as crianças, tudo com a ajuda de voluntários e doadores.

Mensalmente, são atendidas mais de 20 famílias, 16 mulheres se revezam na confecção das fraldas e outros trabalhos, e 100 sócios contribuem financeiramente. Por meio da associação, as mães criaram o Conselho Municipal da Criança com Deficiência, que debate, fiscaliza e reivindica os seus direitos.

A presidente da entidade afirma que o maior desafio já enfrentado foi a obtenção de um espaço para trabalhar, hoje localizado na Casa da Amizade, cedido, em regime de comodato,pela Rotary Club. Ela afirma, ainda, que um dos constantes problemas é a falta de dinheiro, pois não recebem nenhuma verba pública, e sempre precisam adquirir remédios para as crianças. “Existe muito desrespeito aos deficientes nas leis, que só estão no papel, mas não funcionam, como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê o fornecimento gratuito de medicamentos, próteses e órteses.” conclui Marisa.

(*) Jean Patrik Soares é acadêmico do 2o. ano de jornalismo da Unicentro. Texto publicado originalmente no Gorpa Cult, parceiro da RSN.

Cristina Esteche

Jornalista

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