Investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, anunciou o seu afastamento do governo na tarde de ontem, sexta-feira (03). Em nota enviada à imprensa, ele informou que vai passar as próximas semanas cuidando apenas das campanhas de Maringá e Londrina.
A decisão foi comunicada ao governador Beto Richa nesta sexta (3), que autorizou a licença sem remuneração. Segundo o governador, Barros aproveita o período para também cuidar da defesa contra as denúncias feitas recentemente. Eu falei das necessidades e das razões e ele prontamente entendeu. Já estava disposto a se licenciar para cuidar da campanha eleitoral e agora está sendo afastado por 90 dias, afirmou Richa.
Vice-presidente nacional do PP, Barros informou que o início da licença foi adiantado graças ao que ele classifica como “bom desempenho dos candidatos do Partido Progressista nos debates da televisão Bandeirantes, o que aumentou as possibilidades de vitórias no 1º turno”.
“Serão semanas de dedicação exclusiva às campanhas, sobretudo nas cidades de Maringá e Londrina, que são consideradas fundamentais pela direção nacional do Partido. Não há como conciliar com o trabalho no Governo do Estado”, afirmou Barros.
Além de Maringá e Londrina, o PP disputa a prefeitura em outras 62 cidades ,entre elas Cascavel, Toledo, Apucarana, Francisco Beltrão e Guarapuava. Com o afastamento de Barros, a Secretaria de Indústria e Comércio será assumida pelo diretor-geral Ercílio Santinoni.
Denúncias
Barros é apontado pelo MP como o pivô de um acordo entre agências de comunicação que disputavam uma licitação de publicidade da prefeitura de Maringá. Ele teria orientado o secretárioLeopoldo Fiewski (na época, secretário municipal do Saneamento, hoje na Fazenda) a fazer o acerto entre as duas agências. O caso foi noticiado com exclusividade pela Gazeta do Povo na edição desta terça-feira (31).
Em entrevista coletiva concedida na sede do Partido Progressista (PP), em Curitiba, Barros atribuiu as denúncias contra si a uma guerra histórica entre ele e promotores do Ministério Público (MP) de Maringá.
Ele também admitiu ter orientado ações na administração de seu irmão Silvio Barros na Prefeitura de Maringá e de atuar, por vigilância, em assuntos que seriam do interesse do grupo político liderado por ele como no caso da publicidade.