O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho reforçou a necessidade da construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá. Foi durante a entrega de dois documentos ao presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, nesta terça-feira (28), em Brasília. O documento sugere a inclusão de duas obras de infraestrutura no Programa de Investimento em Logística – PAC das Concessões.
Dessa maneira, seria possível escoar a produção vinda do Mato Grosso do Sul pela extensão da Ferroeste até Maracaju. Richa Filho disse que o documento entregue é um anteprojeto bem detalhado com estudo preliminar de viabilidade.
O outro documento encaminhado se refere à construção de um ramal da ferrovia Norte-Sul passando pela região Noroeste do Paraná (Maringá e Campo Mourão), por Cascavel e pelo Sudoeste do Estado (Pato Branco e Francisco Beltrão), seguindo para o Oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Segundo Richa Filho, a obra é fundamental para o escoamento das safras agrícolas e dos produtos da pecuária do Sul. Segundo ele, o traçado contribui para o desenvolvimento regional. “Foi uma reunião importante para mostrar ao governo federal quais as prioridades em logística dos estados do Sul. Com entendimento e diálogo estamos avançando”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, Bernardo Figueiredo considerou que realmente as duas obras são importantes para o Paraná e para os demais estados do Sul. “Ele comprometeu-se a estudar as propostas e encaminha-las para uma avaliação da presidente Dilma”, informou Richa Filho.
Richa Filho destacou que a reunião serviu para abrir um novo canal entre o governo federal e o Paraná para que haja melhor entendimento com relação aos trechos ferroviários e rodoviários que cortam o Estado e estão incluídos no PAC das Concessões. “Acreditamos que nossas propostas serão implantadas, pois refletem as prioridades e urgências dos estados do Sul”, concluiu.
INTEGRAÇÃO SUL
O secretário também participou em Brasília de outro encontro com representantes do governo federal para a apresentação do projeto Sul Competitivo, estudo detalhado das atuais condições da infraestrutura da região. A proposta foi encomendada pelas federações industriais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento aponta que são necessários R$ 70 bilhões para investir em 177 projetos que podem destravar os nós logísticos e aumentar a competitividade do setor produtivo dos três estados. Desse total, 51 obras em ferrovias, rodovias e portos foram consideradas prioritárias, demandando investimentos de R$ 15,2 bilhões.
Se forem realizadas, elas evitarão gastos anuais de R$ 3,4 bilhões, o que equivale a 80% das perdas totais em função do déficit de infraestrutura de transportes verificados atualmente na região.
UNIÃO
Richa Filho destacou a importância da união de esforços entre os estados e disse que projeto Sul Competitivo representa um avanço nos estudos de infraestrutura. “O momento é propício e, envolvendo a todos, vamos alcançar os objetivos que queremos, que são os investimentos importantes que melhorarão a estrutura dos estados”, declarou.
De acordo com presidente da Fiep, Edson Campagnolo, várias das obras indicadas como prioritárias pelo estudo afetam diretamente o Estado. “Cerca de 40% a 45% desses projetos estão no Paraná, justamente por ser um meio de passagem para os outros estados do Sul”, disse. “O mais importante é que este trabalho foi realizado de maneira integrada. Não estamos olhando somente o Paraná, mas todo o contexto da região Sul. É necessário que esses investimentos em infraestrutura sejam feitos logo para aumentar nossa competitividade”, disse.
Com AEN