22/08/2023
Política

Conselho Popular de Guarapuava diz que Câmara desrespeitou o povo e entidades

Após uma semana do aumento do subsídio do prefeito (R$ 20 mil), vice-prefeito (R$ 7,5 mil), presidente da  Câmara de Vereadores (R4 15 mil), vereadores (R$ 7,5mil) e secretários municipais (R$ 10 mil) o Conselho Popular de Guarapuava repudia a atitude e diz que o Legislativo  novamente desrespeitou o povo e as entidades de Guarapuava.  Segundo o CPG, alguns meses atrás, a entidaderequereu em ofício uma audiência pública para a Câmara discutir com a sociedade guarapuavana o reajuste dos subsídios dos vereadores, do prefeito, vice-prefeito e dos secretários municipais.
"O presidente da Câmara João Napoleão ignorou o ofício e nem deu resposta. Também não comunicou as demais entidades sobre a reunião dos vereadores marcada recentemente para discutir o assunto.
É lamentável como alguns vereadores desrespeitam os direitos do povo", diz o CPG em nota encaminhada à REDE SUL DE NOTÍCIAS.

O Conselho Popular de Guarapuava  diz fez um estudo comparativo com outros municípios de São Paulo e Rio Grande do Sul, com números parecidos aos de Guarapuava, pois no Paraná não há outro município com população e orçamento semelhantes ao nosso. O objetivo foi comparar a Despesa Total da Câmara Municipal em relação ao orçamento de cada município e constatou, segundo fontes do IBGE, dos próprios municípios (Câmara Municipal e Prefeitura) e dos Tribunais de Contas dos respectivos estados, que a Câmara de Guarapuava gasta muito mais.

Cidade/Estado/Ano
(Mil habit.)
/nº Vereadores
Orçamento municipal
R$
Orçamento da câmara
R$
%
Jahu/SP/2010
(100) /12
166.366.300
3.442.000
2,0
Ferraz de Vasconcelos/SP/2010
(168) /12
167.585.319
4.840.606
2,9
Passo Fundo/RS/2011
(185) /12
225.465.556
7.841.999
3,5
Guarapuava/PR/2011
(167) /12
174.250.000
7.000.000
4,0

O Cosnelho entende que mesmo com o aumento do número de vereadores, justificado para aumentar a representatividade de 30% da população e possibilitar a mais bairros e distritos terem seus representantes, a Câmara Municipal de Guarapuava tem obrigação de moralizar essa Casa das Leis e do Povo, trabalhar em prol da população e não pelos interesses partidários e pessoais; assim como adotar uma gestão mais eficiente na utilização dos recursos, combater a corrupção e os desperdícios já revelados nos últimos anos.

"Basta verificar que depois de muita pressão popular e das entidades diante do escândalo da Operação Fantasma; de forma inédita nessa legislatura, no primeiro semestre de 2012 a devolução de recursos à Prefeitura já foi muito maior, chegando a R$ 500 mil; prova de que poderia ser devolvido muito mais também nos anos anteriores e portanto também poderia ser reduzida a Despesa Total do Legislativo. O dinheiro que foi “gasto” abusivamente não volta mais", diz.

A entidade entende que assim, o povo de Guarapuava e as entidades devem continuar alertas e unidos para combater a corrupção, os desperdícios e cobrar mais eficiência dos poderes executivo e legislativo, pois os agentes públicos (eleitos, nomeados ou concursados) são funcionários que trabalham para servir à sociedade, porque são mantidos pelos impostos pagos pelo povo, do qual emana todo o poder, e que o exerce diretamente, ou por meio de representantes eleitos pelo próprio povo.

Para o CPG, o Observatório Social de Guarapuava cumpre a função de acompanhar as ações do Legislativo e do Executivo e conseguiu interferir a tempo, impedindo que os vereadores tomassem uma decisão unilateral e aumentassem de forma abusiva os subsídios. "O Observatório Social propôs reajustar os subisídios de acordo com os índices inflacionários, de forma justa e que não cause forte impacto sobre os cofres públicos".

Cristina Esteche

Jornalista

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