Os professores da Uni¬ver¬¬sidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram ontem suspender a partir da próxima segunda-feira (17) a greve da categoria iniciada há quatro meses a mais longa da história das universidades federais. O retorno às aulas depende agora do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da instituição, que se reunirá na segunda para redefinir o calendário com a data de retorno às aulas. De acordo com o reitor da instituição, Zaki Akel Sobrinho, as aulas poderiam recomeçar já na terça-feira, mas é preciso esperar a discussão do Cepe.
Mais de 400 docentes participaram da assembleia sindical no Teatro da Reitoria, em Curitiba, e a maioria deles votou pelo fim da paralisação. O sindicato dos docentes da instituição, o Apufpr, atribuiu o resultado a um movimento nacional de suspensão da greve.
Nas últimas assembleias da categoria, no entanto, vários docentes demonstraram descontentamento com a forma como o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) tem conduzido a mobilização no país e um grupo de professores organizou um abaixo-assinado pedindo o retorno às aulas. Além disso, na manhã de ontem, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a UFPR, o Andes e o Apufpr para que as aulas dos dois últimos períodos de todos os cursos oferecidos fossem retomadas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil para cada réu em caso de descumprimento.
O Apufpr não descarta uma possível retomada da paralisação em um futuro próximo, ainda que, neste caso, tenha de passar por todos os mecanismos jurídicos previstos para deflagrar outra greve. A votação foi majoritária pela suspensão, mas não pelo fim da mobilização, afirmou Luís Allan Künzle, presidente do sindicato.
Retorno
Segundo Akel Sobrinho, o Cepe terá de estudar uma fórmula que atenda à diversidade de circunstâncias dentro da instituição. Alguns setores pararam totalmente desde o início do movimento, outros parcialmente e outros até terminaram o semestre letivo, afirma. Entre as aulas que continuaram normalmente, em regime de excepcionalidade, estão as referentes aos últimos períodos do curso de Medicina e as de alguns cursos do câmpus localizado no Litoral do estado.
O presidente da Apufpr afirmou ontem que a categoria vai esperar a deliberação do Cepe sobre a retomada das atividades e que enviará ao órgão um conjunto de reivindicações. Pedimos respeito às férias de janeiro, às especificidades de circunstâncias de alguns locais, como Palotina e o Litoral, e que nenhum docente que tenha entrado em greve seja penalizado, listou.