Guarapuava – O Hospital São Vicente de Paulo abriu as portas oficialmente para duas novas alas, uma ambulatorial e outra de leitos. Nesta sexta-feira, 3, um coquetel marcou a inauguração dos espaços que tiveram as reformas concluídas.
O ambulatório Doutor Eloy Pimentel homenagem ao médico que trabalhou no hospital por 50 anos – já está em funcionamento há cerca de seis meses e registra mensalmente mil atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A área, antes ociosa, abriga três consultórios, uma sala de procedimentos e banheiro.
As pessoas que, antes do ambulatório, consultavam fora ou ficavam nos corredores do hospital aguardando consulta têm um atendimento mais digno e humano. Hoje as consultas são marcadas, os exames agendados e voltam para o retorno, que também é marcado. Facilitou muito a vida dos usuários do SUS, aponta a provedora do São Vicente, Maria do Rocio Burko.
Já a ala de apartamentos foi pensada para estimular os atendimentos particulares e por meio de convênios. É que atualmente, apesar da instituição ter um contrato que define em 60% o número de atendimentos pelo SUS, o percentual real chega a 87%. Extrapola bastante a cota contratual, o que não acontece nos outros hospitais. Eles têm uma média de 30% destinada ao SUS, atendem isso e mandam o excedente para o São Vicente. Como o atendimento SUS é muito grande, o hospital sempre enfrenta dificuldades. Por isso aumentamos e diferenciamos a ala de leitos, para aumentar o particular e convênios e reverter a arrecadação para o SUS, comenta.
Essa ala foi batizada de Eduardo Cristiano Küster (Dadico), que foi provedor do hospital por 20 anos. A reforma do espaço havia sido iniciada há dois anos e, por falta de recursos, ficou paralisada por um ano sendo retomada em 2008.
Onde hoje é a moderna e bem estruturada ala de leitos, antigamente existia consultórios. Antes era um espaço cedido aos médicos, que pagavam ao hospital um aluguel simbólico. Só que hoje a necessidade de leitos é muito grande e o local foi otimizado tendo em vista a demanda, explica Maria do Rocio. São 12 leitos, incluindo uma suíte. Todos os quartos com camas elétricas, televisão de tela plana slim, bandejas térmicas. É uma ala bem diferenciada, completa.
As reformas só foram possíveis graças às contribuições feitas pela população e constantes promoções e eventos organizados pelo hospital. Tivemos várias campanhas ano passado, doação Força e Luz do Oeste, sorteio filantrópico, doações de órgãos como IPEM, IAP, Ministério do Trabalho e rifas, que somou uma receita de R$ 428.398,14, conta a provedora.
O ambulatório custou R$ 83.344,04 e as instalações da ala de leitos R$ 399.228,06. Na verdade tivemos um déficit de R$ 54.173,96 e que o hospital parcelou até final do ano. Mas este valor está previsto dentro do nosso orçamento, diz.
De acordo com Rocio, a inauguração é uma espécie de prestação de contas para a população. Recebemos dinheiro de pessoas que depositam na conta de luz mensalmente R$ 1 ou R$ 2 e até pensam que é pouco, e com isso queremos mostrar que o gesto faz a diferença. O Hospital São Vicente é uma instituição quase centenária, com 96 anos, passou por todas as crises junto com o país e precisa estar sempre batalhando para oferecer bom atendimento. Temos consciência de que se quisermos fazer novas reformas, novas melhorias, temos que continuar a correr atrás da ajuda da população, conclui.