Pescadores profissionais do Oeste não receberam bem o anúncio feito quarta-feira pelo IAP, o Instituto Ambiental do Paraná, de proibir por três anos a pesca de seis tipos de peixe nas três maiores bacias fluviais do Estado. Com a justificativa de séria redução das populações do dourado, jaú, piracanjuva, jurupoca, monjolo e surubim, o IAP proíbe a pescaria comercial nos rios Paraná, Iguaçu, Paranapanema e afluentes. A medida vale a partir deste período de piracema até o início de 2016.
O presidente da Colônia de Pescadores Nossa Senhora dos Navegantes, de Santa Helena, Lírio Hoffmann, informa que os profissionais da área são a favor da preservação mas não concordam com medidas unilaterais e prejudiciais a milhares de famílias no Estado. “A atitude deveria ter sido o resultado de um trabalho conjunto, com foco no diálogo. Os órgãos ambientais deveriam ter conversado com os pescadores para a busca de soluções compartilhadas”.
Embora a região de Santa Helena não tenha tradição nos peixes proibidos, Lírio entende que o melhor seria a definição de uma política de compensação às famílias nas regiões mais atingidas, no caso do Oeste nos municípios de Guaíra e de Foz do Iguaçu. “A situação de muitas famílias vai ficar difícil aqui na região de Guaíra. Essa é uma imposição, já que não houve consulta e consenso com as bases. Não podemos aceitar uma situação dessas”, diz o presidente da Colônia de Pescadores de Guaíra, José Cirineu Machado, que representa cerca de 600 famílias.
O presidente da Colônia de Pescadores de Foz do Iguaçu e municípios vizinhos, Flávio Kabroski, diz que se a proibição for mesmo efetivada cerca de 300 famílias dali perderão, de uma hora para outra, 50% de sua receita. “É um impacto violento, por isso queremos indenização. Com a compensação, os pescadores se tornarão aliados e ajudarão a preservar as espécies ameaçadas”, afirma. Flávio lembra que o IAP tem competência apenas nos rios do Estado e não no lago de Itaipu, que é federal, e de responsabilidade da União.
Com informações de O Paraná