Choque de leis prejudica a população que viaja de ônibus

Por: Caio Budel
De acordo com o a Constituição Federal, desde 1988, crianças de seis anos podem viajar gratuitamente em ônibus urbanos e crianças de até cinco anos também podem viajar gratuitamente em ônibus intermunicipais. Porém, para que as crianças possam viajar sem pagar, elas têm de ir sentadas no colo de alguém (ou não sentar).

Em contrapartida, de acordo com o tenente Leandro da Polícia Rodoviária Estadual, a lei exige o uso de cinto de segurança em veículos fechados, onde cada cinto só pode afivelar uma única pessoa. “Quando duas pessoas estão afiveladas em um único cinto, o mesmo não faz o seu papel de manter o passageiro seguro, uma vez que, em caso de acidente, o corpo do pai ou mãe seria forçado contra o da criança, podendo causa-la algum dano”, conta.

Contudo, em algumas empresas de ônibus de Guarapuava não se percebe a preocupação dos passageiros. “Em sete anos de trabalho na J. Araújo, eu nunca ouvi uma única reclamação a respeito de as crianças estarem menos seguras por não poderem ser afiveladas no mesmo cinto que os pais”, conta Josué Ferreira, gerente de filial na empresa. Além disso, Josué pontua que muitas vezes as pessoas não têm condições de comprar duas passagens para viagens, preferindo investir menos em sua própria segurança. “As pessoas preferem não usar o cinto de segurança nem em seus filhos nem em si próprios do que comprar uma segunda passagem e viajar com segurança junto a sua família”, explica Josué.

Entretanto, além de as pessoas não levarem a sério a sua própria segurança e de seus filhos, as empresas de ônibus também não levam em consideração os prejuízos a que podem ser submetidas. O tenente Leandro ressalva que, além de por em risco vida de pessoas, a prática de os passageiros andarem sem cinto de segurança causa prejuízos às empresas. “Caso algum ônibus seja parado e alguma pessoa seja pega sem o cinto, o motorista leva pontos na carteira e a empresa responsável é multada”, explica.