22/08/2023
Cotidiano

Nutricionistas esclarecem dúvidas sobre o chocolate

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Descoberto em terras astecas e, posteriormente, levado ao continente europeu, o chocolate sempre exerceu um enorme fascínio sobre o ser humano. Conhecido inicialmente como uma bebida saborosa com efeitos energético e afrodisíaco, foi somente mais tarde – por volta do ano de 1840, que passou a ser consumido em sua forma sólida, como conhecemos hoje. Desde então, esse alimento derivado das sementes do cacau tem presença garantida no cardápio do brasileiro.
Mas é importante esclarecer algumas questões que surgem em torno dos chocolates. As nutricionistas Mayane Iatskiv Zarpelon e Patrícia Chiconatto (foto) dão dicas sobre a quantidade ideal a ser consumida e o que deve ser levado em conta na hora de comprá-los.

Quais os principais benefícios e malefícios do chocolate?
O chocolate tem boa dose de teobromina, uma substância estimulante para o hipotálamo, que causa a sensação de bem-estar e euforia. Além disso, é rico em magnésio e flavonóides, substâncias que trazem benefícios para a atividade cerebral e para o coração. Sem contar que o chocolate atua como antioxidante, prevenindo o envelhecimento precoce das células. Agora, se não houver um controle no consumo, ele pode nos acrescentar alguns quilinhos, porque é um alimento bastante calórico, além de favorecer o surgimento de acnes na pele, devido ao seu alto teor de gordura.
Qual a quantidade recomendada de chocolate por dia para adultos e crianças?
A quantidade recomendada para crianças é em torno de 30 gramas ao dia, o equivalente a dois bombons “alpino”, já para os adultos, a quantidade não deve passar de 60 gramas ao dia. Mas atenção! As melhores opções são os chocolates meio-amargos ou amargos, por conter maior quantidade de massa de cacau e menor quantidade de açúcares e gorduras. Lembrando que o chocolate branco não tem muitos benefícios, já que é composto basicamente de manteiga de cacau (gordura) e açúcar.

O que o consumo excessivo de chocolate, mesmo o diet, pode causar nas pessoas em geral e nos diabéticos?
Em geral, se consumido em grande quantidade, o chocolate pode causar excesso de peso e hiperglicemia, quantidade elevada de açúcar no sangue. Lembrando que todo o alimento “diet” é isento de um ou mais nutrientes, e não necessariamente reduzido de calorias. O chocolate diet, no caso, é isento de açúcar, mas isso não o torna um alimento menos calórico, devido à maior quantidade de gordura do que o convencional, não sendo, portanto, adequado às pessoas que esperam reduzir peso.

A pessoa com diabetes deve se preocupar na hora da escolha do chocolate diet que irá consumir?
Sim. Porque algumas marcas contêm mais gordura do que outras, e a gordura, em excesso, pode se acumular nas veias e fazer mal ao coração.

O chocolate é recomendado para tratar hipoglicemia?
Em episódio hipoglicêmico (falta de açúcar no sangue), o mais adequado é ingerir alimentos com alto índice glicêmico, ou seja, que sejam de rápida absorção, para que o açúcar chegue logo aos vasos sanguíneos. E os alimentos ricos em gordura, normalmente retardam um pouco esta absorção. Assim, os alimentos mais indicados, em caso de hipoglicemia, são: açúcares, balas, massas, suco de fruta, entre outros.

Quais outras dúvidas importantes com relação ao chocolate que podem ser esclarecidas?
Evitar sempre os excessos! Um alimento que traz benefícios, se consumido em grande quantidade, pode se tornar um vilão. Isso vale para o chocolate que, em quantidade adequada, faz bem para o coração, para a pele, mas se o consumo for maior do que o recomendado, pode contribuir com um infarto, ou com o aparecimento de acne. Importante lembrar aos diabéticos que o fato de um produto ser “diet” não significa que ele tenha valor calórico reduzido! Preste sempre atenção nos rótulos, verificando o seu teor de gordura ou de outros nutrientes que podem ter sido adicionados para suprir a falta daquele que foi retirado.

Cristina Esteche

Jornalista

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