Quase 19 meses depois de liderar uma manifestação em favor dos fumicultores que enfrentavam dificuldades em função dos custos de produção e com o corte de subsídios na energia elétrica determinados após a regulamentação da resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o padre Leocádio José Zytkowski, da Paróquia Santo Antonio de Imbituva, foi condenado pela justiça a pagar uma multa de R$ 1 mil por descumprir uma liminar que determinava a impossibilidade de serem realizados protestos em rodovias federais, como é o caso da BR-373, local onde foi realizada a manifestação.
Com a determinação o padre foi condenado a pagar uma multa a Concessionária Caminhos do Paraná e ainda as custas do processo. O padre ainda não decidiu se vai recorrer ou não da sentença.
Em nota, Leocádio alegou que não tem dinheiro para pagar a multa.
Relembre o caso
Vale destacar que cerca de 1 mil produtores de fumo participaram da manifestação na BR-373, nas proximidades de Mato Branco de Baixo, área rural do município de Imbituva. O protesto aconteceu no dia 20 de abril de 2011.
Naquela oportunidade o oficial de justiça da comarca de Imbituva, expediu um mandado judicial de interdito proibitório, impedindo qualquer manifestação na rodovia. Depois de ser informado sobre a determinação, o padre deslocou os manifestantes para PR-522, nas proximidades do trevo de acesso à cidade de Ivaí.
Em seguida, a manifestação deixou a PR-522 e se dirigiu ao centro de Imbituva, numa carreata de aproximadamente 30 veículos e um caminhão de som.
“Eles estão sendo explorados. É o clamor por justiça, igualdade, dignidade e vida. É questão de sobrevivência”, indagou o padre, durante a manifestação realizada no ano passado.
Padre organizou outra manifestação em 2011
Esta não foi à única vez que o padre Leocádio participou de uma manifestação em rodovias federais no ano passado. Em setembro de 2011, ele foi um dos organizadores de um protesto que fechou as rodovias BR-153- no trecho entre Imbituva e Irati, BR-373 e a estrada que dá acesso ao município de Ivaí. Essa foi à maneira encontrada pelos manifestantes para reivindicar a construção de acostamento e o recape asfáltico nas três principais vias de acesso ao município de Imbituva.
Caminhões foram atravessados na pista e pneus queimados para bloquear a passagem dos motoristas. Uma fila de carros e caminhões se formou nos dois sentidos da rodovia durante o protesto que durou aproximadamente 3h30.
“O principal trevo que liga a cidade está precário, super estreito, sem calçadas, sem ciclovia e sem acostamento. A rodovia que liga a cidade até a localidade de Mato Branco, sentido Ivaí e Guarapuava, está também sem acostamento e sem calçadas. O asfalto que liga Imbituva a Irati (BR-153) está inacessível sem acostamento, com buracos enormes, o que resulta em demora e pneus furados entre outros transtornos e dificuldades”, relatou o padre Leocádio.
Com informações de Heverton Luiz.