22/08/2023
Segurança

Caso “Carli Filho” volta à tona com movimento nas rede sociais

imagem-46004

Um abaixo assinado corre as redes sociais para atingir 1,5 milhões de assinaturas  e então ser encaminhado ao Congresso Nacional. A iniciativa popular objetiva um maior rigor na lei que pune os crimes por mortes no trânsito provocadas por embriagues ao volante. O apelo aos internautas traz uma foto do ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho com as frase: "190 km/hora é crime – A imprudência tem limites", "Não foi acidente" e "Não esquecemos de você´.Até agora, 764.341 pessoas já aderiram, faltando ainda 535.659 assinaturas.

 De acordo com os últimos casos, hoje, a pessoa que bebe, dirige e mata, é indiciada por homicídio culposo (sem intenção de matar). Neste caso, se o atropelador for réu primário, pode pegar de dois a quatro anos de prisão. A habilitação pode ser suspensa por um ano. Na prática, segundo a Constituição brasileira, até quatro  anos de prisão a pena pode ser convertida em serviços para a comunidade. "Em outras palavras, nada acontece para quem mata no trânsito brasileiro", diz o texto.  " Vivemos uma farsa. A chamada Lei Seca de nada adianta, pois, não é possível provar se o motorista estava bêbado se não realizar o exame do bafômetro e/ou exame de sangue. E ele pode se negar a fazer estes exames", continua.

. A inicitiva visa mudar as  leis de trânsito, as quais têm tantas brechas e são tão permissivas no Brasil.
"O movimento Não Foi Acidente lutará sempre por mais educação de trânsito e campanhas de conscientização, porém, sabemos que se as leis continuarem tão fracas como estão, esta “guerra civil” em que vivemos não acabará tão cedo", diz o conteúdo posta nas redes sociais.

 
De acordo com informações, o  governo gasta R$ 8 bilhões ao ano em uma guerra que é enfrentanda diariamente no Brasil: as imprudências no trânsito. São cerca de 40 mil vítimas de acidentes de transporte por ano. Dessas, 40% são decorrentes do álcool na direção. É também a principal causa morte de crianças de 1 a 14 anos em nosso país.

Rafael Baltresca teve a mãe e a irmã mortas no dia 17 de setembro de 2011, vítimas de um atropelamento por um carro em alta velocidade, em São Paulo. O atropelador, Marcos Alexandre Martins, se recusou a fazer o exame do bafômetro, mas fez exame de sangue. No B.O., testemunhas afirmam que Marcos estava completamente embriagado. Frente a esta situação e à realidade que o Brasil enfrenta, Rafael Baltresca criou o movimento Não Foi Acidente, com o objetivo de mudar as leis brasileiras que abrem tantas portas para a impunidade.

Carli Filho está sendo julgado pelas mortes dos jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo em acidente provocado por alta velocidade e embriagues ao volante.

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.