22/08/2023
Economia

Demanda do consumidor por crédito recuou 3,1% em 2012, revela Serasa Experian

De acordo com Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que procurou crédito no ano de 2012 recuou 3,1% em relação ao verificado em 2011. Foi o pior desempenho anual de toda a série histórica do indicador, iniciada em 2007, superando a queda de 1,2% ocorrida em 2009 (o único ano em que havia sido registrada queda na demanda do consumidor por crédito até então), quando a economia brasileira experimentou um período recessivo por conta dos reflexos da crise financeira internacional deflagrada em setembro de 2008. Os crescimentos anuais históricos da demanda do consumidor por crédito foram: 2008 (6,4%), 2009 (-1,2%), 2010 (16,4%), 2011 (7,5%) e 2012 (-3,1%).

A demanda do consumidor por crédito apresentou dois comportamentos distintos em 2012: quedas nos três primeiros trimestres do ano e início de recuperação a partir do último trimestre do ano. Os crescimentos anuais observados foram: 1º trimestre/12 (-6,8%), 2º trimestre/12 (-7,9%), 3º trimestre/12 (-3,1%) e 4º trimestre/12 (+6,0%). Todavia, o crescimento positivo observado no último trimestre do ano foi insuficiente para neutralizar o recuo acumulado durante os primeiros nove meses de 2012, recuo este determinado pela escalada da inadimplência e pelos elevados graus de endividamento e de comprometimento da renda do consumidor, observam os economistas da Serasa Experian. 

ANÁLISE POR REGIÃOEm 2012, as regiões de rendas per capita mais baixas apresentaram os melhores resultados em termos de busca dos consumidores por crédito. No Norte a expansão foi de 4,8% em relação ao ano de 2011 e no Nordeste a alta foi de 1,7%.

Por outro lado, a regiões mais desenvolvidas exibiram variações negativas na demanda dos seus consumidores por crédito: -4,2% no Sudeste, -4,4% no Centro-Oeste e -5,6% no Sul.

ANÁLISE POR CLASSE DE RENDA MENSAL Apenas os consumidores que ganham até R$ 500 por mês exibiram elevações de suas demandas por crédito no ano de 2012: alta de 4,9% em relação ao observado no ano de 2011. Vale lembrar que estes consumidores foram mais diretamente influenciados pelo aumento do salário-mínimo, que cresceu 14% no ano passado, e pelos programas oficiais de transferência de renda (como bolsa-família, por exemplo).

Todas as demais faixas de renda apresentam quedas na demanda por crédito em 2012. Neste sentido, os recuos tenderam a ser mais acentuados nos extratos mais superiores de rendimento: -5,4% para quem ganha entre R$ 2.000 e R$ 5.000 mensais; -5,6% para rendimentos mensais entre R$ 5.000 e R$ 10.000; e -5,2% para consumidores que ganham mais de R$ 10.000 por mês. Por outro lado, os consumidores que ganham entre R$ 500 e R$ 1.000 reduziram as suas demandas por crédito em 3,4% no ano passado e para aqueles que recebem entre R$ 1.000 e R$ 2.000 mensais, o recuo foi de 4,1%.

Cristina Esteche

Jornalista

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