22/08/2023
Saúde

Entregue sem condições de uso, UPA do Batel será aberta daqui 180 dias

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Para quem olha de fora e vê o prédio inaugurado no “apagar das luzes” de 2012, imagina que o mobiliário e equipamentos compõe a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), construída no Bairro Batel, atrás da Delegacia de Polícia, em Guarapuava.

 

O prédio feito com tijolos à vista é imponente e chama a atenção. Num primeiro olhar dá a impressão que possui dois andares. O segundo, porém, vai contra as normas do Ministério de Saúde para essa modalidade e não possui acesso. Para chegar até lá será necessário fazer malabarismo e subir por um tipo de escada externa em forma de cilindro. Ou seja, o piso, que demandou material de construção, ficará obsoleto.

Se fosse apenas isso, não seria nada perto do que será preciso fazer para colocar a unidade de saúde em atendimento conforme preconiza o Ministério da Saúde. “A nossa previsão é de esse espaço seja aberto ao atendimento público dentro de 180 dias”, anuncia o secretário municipal de Saúde, Stephan Negrão. “Não vamos abrir uma unidade de saúde sem que possua a estrutura necessária e profissionais capacitados. Maquiar um trabalho só para dizer que está funcionando isso não vamos fazer”, afirmou categoricamente o secretário.

Apenas a compra dos equipamentos e do mobiliário necessários para dotar a unidade da estrutura necessária demandará um investimento inicial de R$ 1,5 milhão. O custeio mensal para prestar atendimento de qualidade à população vai girar em torno de R$ 350 mil, incluindo funcionários, alimentação, materiais, despesas administrativas, entre outras. “Só nessa unidade já estaremos investindo um percentual superior a 15% do orçamento previsto para a saúde em 2013. Um investimento não previsto no orçamento deste ano”, observa o médico João Guerino Cato, responsável pelo SAMU e assessor na Secretaria Municipal de Saúde. Por enquanto, o prédio conta apenas com uma escrivaninha na sala de entrada. De acordo com o ex-prefeito Fernando Carli, em pronunciamento no dia da inauguração do prédio na noite de 15 de dezembro do ano passado, foi feito o registro de preços dos equipamentos e móveis para licitação que estaria feita. O ex-prefeito, porém, se contradiz em relação ao dinheiro para a compra dos equipamentos. Na inauguração, assegurou que o recurso de R$ 350 mil é do Governo Federal e está incluso no montante de R$ 1,4 milhão de verbas do Ministério da Saúde. Já durante a participação na sessão da Câmara em 13 de fevereiro de 2011, Carli disse que “era pra ser uma obra de 700 m², mas nos conseguimos que ela tenha mais de 1.200 m². Foi licitado R$ 2,3 milhões para a obra, e ainda temos a compra de equipamentos que será por parte da Prefeitura”. A frase está registrada em matéria postada no site da Prefeitura na gestão anterior a atual.

Uma vez estruturada, a UPA será uma das mais completas unidades de saúde do município. Com 1,2 mil metros quadrados de área construída, cerca de 500 metros quadrados a mais do que o projeto original do Governo Federal, num investimento de R$ 2,5 milhões, o local conta com alas diferenciadas para atendimentos pediátrico, pacientes de ambos os sexos; dois leitos de UTI, onde os pacientes podem permanecer até 48 horas, até que sejam encaminhados a hospitais da cidade; leitos para observação; parte administrativa; incluindo espaço para policiais; necrotério; entrada diferenciada para ambulâncias; entre outros compartimentos.

ATENDIMENTO
A Unidade de Pronto Atendimento, segundo a política do Ministério de Saúde, funcionará 24 horas por dia, sete dias por semana, e poderá resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. Também inovam ao oferecer estrutura simplificada como, por exemplo, Raio X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. A intenção é de que 97% dos casos são solucionados na própria unidade. “ Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação”, diz o secretário municipal de Saúde, Stephan Negrão. Conforme o secretário, a UPA vai funcionar como unidade intermediária aos hospitais e ajudará a desafogar as duas Urgências 24 Horas e os postos de saúde, ampliando, melhorando e humanizando o acesso da população aos serviços de emergência no SUS. “Ao atender um chamado de urgência, o Samu (192) presta o primeiro atendimento ao paciente e o encaminhará para a UPA ou para os hospitais da rede, nas situações mais graves, após atendimento inicial na unidade”, explica o secretário.

SERVIÇO – A UPA fica na Rua Barão de Capanema, esquina com  a DR, Laranjeiras, no Batel

Cristina Esteche

Jornalista

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