Guarapuava – Escrivã responsável afirma que investigações continuam e que inquérito soma 400 páginas
Hoje, quarta-feira, dia 22, o caso Thiago Esteche Rocha Cordeiro (foto) completa cinco anos sem elucidação. Ele morreu aos 22 anos, na madrugada do dia 22 de abril. O corpo foi encontrado jogado num matagal à beira da estrada que dá acesso ao distrito de Entre Rios, às 18h30 do dia seguinte.
A TRIBUNA entrou em contato com a 14ª Subdivisão Policial e constatou que o caso está sob a responsabilidade da escrivã Silete Leni Scheidt. Estamos trabalhando no caso, garante ela, que afirma que as investigações correm em segredo de justiça. Apenas comentou que o inquérito soma aproximadamente 400 páginas e que, novamente, foi pedida a quebra de sigilo telefônico.
Novamente, porque logo depois do crime a Polícia Civil havia solicitado a quebra do sigilo telefônico do celular de Tiago, pois acreditava que a principal pista do caso estaria nas ligações que o jovem recebeu durante a noite do ocorrido. A operadora de celular liberou o pedido no dia 26 de maio. Quando questionada sobre o porquê de um novo pedido de quebra de sigilo telefônico, Silete disse que não podia dar mais informações uma vez que o caso está em segredo de justiça.
Entenda o caso
Tiago, que morava com a mãe num apartamento no centro da cidade, havia saído na terça-feira, véspera de feriado de Tiradentes para ir à casa de amigos. Depois foi a duas casas noturnas.
Depoimentos de pessoas ligadas à vitima relataram que um homem que se identificou como Emerson ligou várias vezes para Tiago, e que desejava conhecê-lo. Essa teria sido a primeira de uma série de conversas mantida entre ambos durante a noite em que Tiago morreu. Só dava um toque no celular de Tiago e ele retornava a ligação. Ele (Tiago) não falava nada, só ouvia e ria, contou na época um dos amigos.
Foi a partir desse telefonema que Tiago teria deixado amigos e saído sozinho com destino às casas noturnas. Em uma delas, ele ficou na companhia de três meninas e depois saiu do local sem ser visto.
O rapaz foi visto pela última vez por duas pessoas, por volta das 5h30 da manhã, sentado em frente a uma loja de calçados na Rua XV de Novembro. Foi convidado por amigos a ir para casa, mas preferiu ficar.
O sumiço foi registrado pela mãe, que percorreu vários locais e não encontrou o filho. Às 18h30 do dia 23 a polícia foi comunicada de que um corpo havia sido encontrado na Serra do Cadeado, estrada que dá acesso a Entre Rios. Estava nu, com marcas de queimaduras de cigarro e hematomas pelo corpo, marcas de espancamento no rosto e um tiro na clavícula esquerda, que acabou atingindo o coração. O reconhecimento foi feito por um dos tios da vítima.
A principio, a Polícia chegou a atribuir a autoria a possíveis traficantes, mas depois não comentou mais essa possibilidade. O Delegado-Adjunto da 14ª Subdivisão Policial, Espedito Lemos, que presidia o caso, comentou que esse caso não iria ser difícil de ser resolvido. Cinco anos se passaram e nada mais se fala sobre a trágica morte de Tiago Esteche Rocha Cordeiro.