Estiagem traz prejuízos à agricultura - RSN
22/08/2023
Cotidiano

Estiagem traz prejuízos à agricultura

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Guarapuava – As últimas chuvas que ocorreram na região foram bastante benéficas para o feijão da seca, milho safrinha, soja safrinha, pastagens, bem como para as áreas de plantio mais tardio de soja (safra normal) e batata da seca. Entretanto, não foram suficientes para recompor o nível de água de córregos, riachos, rios, açudes e poços.
O último período de estiagem se deu entre meados de março e se estendeu até metade de abril. Apenas depois desse período Guarapuava e os municípios da região foram contemplados com a chuva, que causou precipitação entre 30 e 60 milímetros. Na maior parte a precipitação ficou entre 30 e 40 milímetros.
De acordo com o Iapar de Guarapuava, choveu 85.6 milímetros no mês de março e, em abril, aproximadamente 68 milímetros, bem menos que a quantidade ideal, que varia entre 150 a 170 milímetros mensalmente.
Segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricul-tura/Núcleo Regional de Guarapuava, Arthur Bittencourt, esse período de seca resultou na redução de produtividade no milho e soja safrinha, feijão da seca e plantio tardio do milho e soja (safra normal), além da redução na produção de leite. “Não temos os números exatos das perdas, mas pode-se afirmar que o município mais afetado é Prudentópolis, porque lá o período de estiagem foi mais longo”, fala.
Os números das perdas em Guarapuava estão sendo levantados, mas o Departamento de Economia Rural (Deral) divulgou na última segunda-feira (27) um relatório com as perdas já constatadas na primeira safra de verão e novas quebras de produção nas lavouras de milho e feijão da segunda safra, plantadas a partir do início deste ano, em todo o Estado.

Com as perdas da safrinha, a produção total de grãos no Paraná na safra 2008/09, considerando as safras de verão e de inverno, deve apresentar uma quebra de 19%. A produção de grãos, que atingiu 32,21 milhões de toneladas no ano passado, deve cair para 26,21 milhões de toneladas este ano. Com isso, a previsão até agora é colher 6 milhões de toneladas de grãos a menos do que o ano passado.
De acordo com o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, a avaliação das perdas para a segunda safra de grãos é menor do que o esperado. “A expectativa é que a safrinha de milho apresentasse uma quebra de 10% e ela está prevista em 8%”, disse.

A expectativa inicial do Deral era colher 6,33 milhões de toneladas no Estado e agora as recentes pesquisas apontam para uma colheita de 5,78 milhões de toneladas, resultado 1% acima do ano passado, quando foram colhidas 5,71 milhões de toneladas.
Na primeira safra de milho 08/09 a quebra de produção foi de 28,5%. O volume de produção esperado era de 8,5 milhões de toneladas e a colheita aponta para uma produção de 6,14 milhões de toneladas, uma redução de 2,44 milhões de toneladas do grão.
As lavouras de feijão da primeira e segunda safras também apresentam perdas. Na safra de feijão da primeira fase, a produção obtida foi 37,6% inferior em relação à expectativa inicial do Deral, que previa a colheita de 601.325 toneladas. A produção obtida foi de 375 mil toneladas de feijão.
Na segunda safra, a quebra foi de 13% em relação à expectativa inicial do Deral. De acordo com o relatório, a estimativa inicial previa uma colheita de 440.984 toneladas, e em função da estiagem foram colhidas 385.629 toneladas de feijão das secas.
A soja, plantada em sua maioria na primeira safra de verão, consolida uma quebra de 22% na produção. A previsão inicial era colher 12,17 milhões de toneladas e a colheita está sendo encerrada com um volume de 9,46 milhões de toneladas, com perdas acentuadas nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado.
A segunda estimativa para a safra de trigo permanece otimista, com uma expansão de 2% na área plantada, passando de 1,15 milhão de hectares plantados no ano passado para 1,17 milhão de hectares que devem ser plantados este ano. Segundo o relatório do Deral, a expectativa de produção é de 2,94 milhões de toneladas a 3,25 milhões de toneladas, devendo se igualar à produção do ano passado, que atingiu 3,21 milhões de toneladas.

Cristina Esteche

Jornalista

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