22/08/2023
Segurança

Instituto de Criminalística precisa de mais peritos

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Guarapuava – Há quase cinco anos uma promessa feita pelo então diretor da Divisão Técnica do Interior do Instituto de Criminalística, Geraldo de Oliveira Filho, iria transformar Guarapuava em pólo regional de balística. O fato foi publicado na matéria da edição n° 10, de 17 a 23 de junho de 2004.
Segundo informações do Instituto de Criminalística do Paraná, Guarapuava iria receber um equipamento para a execução de exames de balística avaliado, na época, entre R$ 300 e R$ 400 mil. O comparador balístico deveria ajudar nas investigações de crimes cometidos com arma de fogo, uma vez que permite a descoberta da arma de onde saiu o tiro. Isso tornaria a cidade pólo da Polícia Científica, realizando exames para outros municípios do Estado, como Cascavel e Foz do Iguaçu.
Na ocasião, o perito-chefe do Instituto local, Luiz Alberto Vicente de Castro (atualmente o delegado responsável nos municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu), recebeu uma coleção de livros técnicos para a capacitação da equipe. Outra notícia dada foi a de que o Instituto iria receber mais uma viatura e que um convênio firmado com a administração municipal permitiria a contratação de outros dois peritos.
Cinco anos se passaram e em nenhum momento Guarapuava se tornou pólo da Polícia Científica. Hoje padece para atender uma região de quase 30 municípios com apenas dois peritos técnicos, nenhum deles residindo em Guarapuava. São cedidos pelos órgãos de Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa e Londrina.
O chefe administrativo do Instituto de Criminalística de Guarapuava, Felix Kaminski Rodrigues Junior, não acha a situação preocupante, embora admita a defasagem no quadro de funcionários.
“Os peritos se revezam em turno de dois durante dez dias por mês, ou seja, uma dupla a cada dez dias. Seis peritos fazem o revezamento, mas dois permanecem na cidade e região durante os 10 dias. No início de 2000 o Instituto contava com quatro peritos, sendo que um foi transferido para Curitiba e outros três faleceram. Isso desfalcou bastante o quadro, que já está defasado há 16 anos. Não digo que é uma situação complicada, mas dentro das necessidades. Hoje a gente sabe que para fazer um trabalho bem feito é preciso uma equipe bem formada”, fala.
Segundo ele, o último concurso público foi realizado em 2006 e até agora não houve nenhuma nomeação efetiva para o cargo de perícia.
Quanto ao comparador balístico, Rodrigues Junior diz que desconhece o caso. “Não posso responder sobre o assunto, porque entrei na chefia administrativa do Instituto em 2006, então desconheço o caso e não posso responder por alguma coisa que não sei. Agora o exame de balística é realizado aqui, mas em alguns casos, como prestabilidade e eficiência da arma. Mas o exame de balística em si, o confronto balístico, acredito que seja feito só em Curitiba. Com certeza esse equipamento não veio para Guarapuava”, aponta.

Cristina Esteche

Jornalista

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