22/08/2023
Cotidiano

Projetos para diversificação da economia ainda não decolaram

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Guarapuava – O emprego é um dos assuntos que mais preocupam a população, principalmente num momento em que ainda se fala e se sente os reflexos da crise econômica mundial. Cortes e redução de salários têm sido comuns na tentativa de reestruturação por que passam muitas empresas.
O setor industrial de Guarapuava está fazendo força para manter as atividades e, apesar da tentativa de manter o equilíbrio, só no ano passado perdeu mil postos de trabalho. Um dos segmentos mais afetados é o da madeira, que antes da explosão da crise já vinha sofrendo com a valorização do real frente ao dólar.
As demissões se intensificaram a partir de setembro de 2008. Nos meses de novembro e dezembro apenas uma indústria madeireira da cidade demitiu 352 funcionários.
Com o intuito de diversificar o perfil econômico da cidade, alicerçado principalmente no setor agropecuário e madeireiro, a atual administração vem já há alguns anos divulgando projetos e inves-timentos.
Um dos que ganhou bastante destaque foi a implantação da Agrogen em solo guarapuavano, que segundo o próprio prefeito Fernando Ribas Carli, num discurso realizado exatamente há um ano durante as comemorações do Dia do Trabalhador, trouxe ao município investimentos de R$ 50 milhões. As instalações da empresa, localizada na Palmei-rinha, datam do início de 2004 e o seu prometido aumento ainda não saiu do papel.
O objetivo da Prefeitura de Guarapuava é alavancar um projeto de agroindustrialização e, com a Agrogen, desencadear o desenvolvimento do setor de avicultura. A assessoria de comunicação da prefeitura não soube precisar o número de empregos que a empresa já gerou no município, apenas informou que está funcionando. A TRIBUNA ligou para a Agrogen, mas também não conseguiu apurar o número de trabalhadores que empregou.
Se o número real de empregos não é divulgado, pelo menos o de ovos é. A parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Agrogen resultou neste ano na doação de 6.452 dúzias de ovos, ou seja, 77.430 ovos, às escolas municipais.
Em uma matéria publicada no site oficial da administração municipal, ainda do mês de novembro de 2007, Carli falou que a Agrogen tenderia a tornar Guarapuava um pólo de aves para o abate. Aliás, o termo “pólo” é um dos mais empregados pelo prefeito. É o pólo de aves, o pólo de jóias, o pólo moveleiro, o pólo calçadista, este último com as portas trancadas por causa da “crise”.
Além dessas tentativas para a geração de emprego e renda, a implantação da Pietrobom, indústria do gênero alimentício, também foi assunto do pro-nunciamento de Carli no feriado do dia 1º de maio de 2008. Hoje, um ano depois, o órgão de comunicação da prefeitura não soube informar se a indústria está em “pleno funcionamento”. Por telefone, apenas comentou que “os doces podem estar vindo de fora”, ou seja, se a produção não é feita aqui é fato que não existe consideráveis contratações. A assessoria disse ainda que não tinha o contato telefônico da Pietrobom.

Cristina Esteche

Jornalista

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