22/08/2023

Tão querendo fazer o produtor chupar uma tonelada de maracujá

É lógico que o título deste texto é um exagero absurdo. Mas analisando de forma critica uma notícia divulgada pela Prefeitura de Prudentópolis, que comemorou a safra recorde de maracujá no município, a conclusão que se chega é uma só: OU O PRODUTOR FICA QUIETO E VENDE A SAFRA POR R$ 0,75 O QUILO, OU CHUPA TODA A PRODUÇÃO. E convenhamos, uns dois ou três maracujás até que vai, mas uma tonelada não tem produtor que agüente.

Vamos a alguns números, obtidos em conversas diretas com produtores e com pessoas que analisam o mercado há três anos em Prudentópolis.

O Município de Prudentópolis através do contrato 275/2011 de 22/12/2011, prorrogado até 31/12/2013, paga um valor mensal de R$ 2.141,68 pelo aluguel do imóvel ocupado pela empresa Polpa Norte. O imóvel pertence a Elzevir Agibert Silva, primo direto do prefeito Gilvan Pizzano Agibert (ex PPS, agora MD, e, quem sabe, futuro PSDB).

Em 2010, o valor pago pelo quilo de maracujá azedo pelos atravessadores já chegava a R$ 0,75. Agora, na safra 2012/2013 que está acabando, o valor pago continua sendo de R$ 0,75, e quem continua comprando são os atravessadores, aliados de campanha do prefeito reeleito Gilvan Pizzano Agibert (ex PPS, agora MD e, quem sabe, futuro PSDB). Quando o produtor procura a Polpa Norte, empresa instalada com subsídios do município para beneficiar a produção, porém continua vendendo in natura, eles dizem que pagam R$ 0,90 para os atravessadores, o que inviabiliza o transporte de pequenas quantidades.

Mas, segundo informações, o valor pago aos atravessadores é mais alto.
No primeiro trimestre de 2013 os preços médios praticados para o quilo do maracujá azedo pelo CEASA/PR foram de R$ 3,37: R$ 3,77 em março; R$ 3,52 em fevereiro; e R$ 2,81 em janeiro.
Alguém está ganhando dinheiro e não é o produtor. O município está investindo dinheiro no aluguel e não vem gerando benefício nenhum ao produtor. A exploração continua.

Veja a comemoração da safra, e dos lucros, na empresa…

E o povo? Bom, o povo…

Cristina Esteche

Jornalista

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