22/08/2023
Geral

Mortes no trânsito caem 22% no Paraná

O número de vidas perdidas em acidentes de trânsito ocorridos em trechos urbanos do Paraná caiu 22,1% no primeiro trimestre de 2013 em comparação aos três primeiros meses do ano passado. Ainda assim, o sinal vermelho permanece aceso no estado. Os 455 homicídios culposos (sem intenção) de trânsito registrados no período correspondem a 17 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O índice é quase duas vezes maior que o aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – seis óbitos por 100 mil pessoas.

 

Em todo o estado, 20 das 23 microrregiões – Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp) – observaram redução no número de mortes no trânsito urbano. Em Curitiba, 44 pessoas perderam a vida em acidentes, um terço deles registrados na Cidade Industrial. O total de óbitos foi 20% menor em relação ao primeiro trimestre de 2012.

 

Outras regiões também tiveram queda expressiva. Na de Londrina e na de Foz do Iguaçu, o número de mortes no trânsito despencou 48%. Na de Maringá, a queda foi de 45%. Por outro lado, mais pessoas morreram em três áreas: na microrregião de Ponta Grossa (a mais violenta, com 55 casos), o índice subiu 17%. A violência no trânsito dobrou em Campo Mourão e aumentou um terço em Apucarana.

 

Causas

 

Para autoridades de trânsito, a combinação entre álcool e direção continua a ser fatal. Os acidentes provocados por este motivo se concentram em fins de semana, entre a noite e a madrugada. A maioria dos “causadores” da violência no trânsito são homens, com idades entre 19 e 40 anos.

 

Especialistas revelam que a amenização do quadro está diretamente relacionada ao enrijecimento da Lei Seca – que passou a prever multa de R$ 1,9 mil, a possibilidade de o condutor ser preso e ter suspenso o direito de dirigir. Neste contexto, as fiscalizações têm papel determinante.

 

“Isso traz uma mudança de comportamento. No Rio de Janeiro, por exemplo, ninguém bebe e sai dirigindo, porque tem a certeza de que vai ser abordado. Onde não há fiscalização, há uma tendência entre os condutores de relaxar e ingerir bebidas alcoólicas”, avalia Marcelo Araújo, presidente do Conselho de Trânsito, Transporte e Mobilidade da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná.

 

Apesar do aumento da fiscalização e do endurecimento das penalidades, o oficial de planejamento do Batalhão de Polícia de Trânsito, capitão Omar Bail, entende que é preciso “tolerância zero” ao álcool, inclusive à “ingestão social”. “Muitas pessoas ainda bebem em meio familiar e pegam o volante. É preciso haver conscientização: se beber, não sair de carro. Se for sair, apelar para o ‘motorista da vez’”, disse.


Cristina Esteche

Jornalista

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