22/08/2023
Economia

Vinda da Irmol vai fomentar setor moveleiro, diz Julio Agner

imagem-54559

 

O anúncio da instalação de uma unidade da Irmol em Guarapuava repercute no setor moveleiro. O coordenador regional da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), empresário Júlio Agner disse que a instalação da Irmol em Guarapuava vai fortalecer a cadeia produtiva em Guarapuava. Especializada na fabricação de móveis para cozinha, a empresa é referência nesse setor e investirá R$ 25 milhões no município, gerando até 2015, 800 empregos. Com equipamentos de alta tecnologia, a indústria vai forçar a capacitação da mão de obra e beneficiar o setor como um todo.

“Hoje não possuímos mão de obra qualificada e se importamos uma máquina do estrangeiro precisamos investir e trazer um técnico para cá para capacitar funcionários. Coma vinda de uma empresa com alta tecnologia o Estado, a empresa e  sindicatos deverão se unir e oferecer cursos de qualificação e o setor acaba sendo beneficiado”.

Esse vácuo na mão de obra especializada por ser explicada pela lacuna aberta com o fechamento de duas tradicionais empresas madeireiras, como foram os casos da Madeirit  e da Manasa. “Nos últimos 10 anos o município vive o declínio do setor madeireiro com o encerramento das atividades das empresas citadas o que causou um grande impacto no setor de empregos. Mais de mil vagas foram extintas e o mercado não absorveu essa mão de obra”. Apesar desse impacto negativo, Guarapuava continua com uma base florestal expressiva, estando entre os três municípios primeiros colocados no setor no Paraná. “Com o incremento da tecnologia a partir da indústria de móveis para cozinha que hoje evoluiu para placas de MDP, material superior ao que tinha antigamente,  haverá oferta de mão de obra e vão ter que se mexer para ter colaboradores qualificados”.

De acordo com Julio Agner, não é apenas isso. “É muito mais. Guarapuava começa a se consolidar como pólo, a médio prazo, e a formar a cadeia de suprimentos logísticos a partir da terceirização de produtos”. Um dos pontos positivos apontados por Júlio Agner é o fato da oferta de matéria prima ser na mesma cidade. “Isso reduz o frete e aliado aos incentivos oferecidos pelo governo começa a atrair a atenção de outras empresas”.

A perspectiva de expansão do setor passa também pela localização geográfica do município. “Estamos perto do Porto de Paranaguá e de grandes centros consumidores  como São Paulo”.  Para o coordenador da FIEP em Guarapuava e região, se Guarapuava se transformar numa exportadora de toras será retrocesso. “Precisamos verticalizar a produção, diversificar a economia, pois quando o agronegócio (que é muito importante), vai mal quem sente o impacto direto é o comércio. Quando há uma diversificação da economia isso não acontece”.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.