Municípios paranaenses vêm aproveitando a trégua das chuvas intensas que atingiram o estado entre 19 de junho e 1.º de julho para fazer um balanço dos prejuízos causados por deslizamentos de terra, erosões, inundações e alagamentos. Até ontem, dez municípios em situação mais crítica no estado consultados pela reportagem já calculavam danos que ultrapassavam os R$ 40 milhões. A maioria das perdas está relacionada a estradas rurais e a atividades privadas.
Decreto eleva para 80 as cidades em situação de emergência
O governador do Paraná, Beto Richa, assinou ontem novo decreto estadual oficializando a situação de emergência em mais 21 municípios paranaenses atingidos pelas chuvas. Com a medida, o estado passou a ter 80 municípios enquadrados nesta situação, uma vez que 59 cidades já faziam parte de decreto sobre o tema, assinado no último dia 27. A medida visa a obtenção de reconhecimento federal para que recursos desta esfera destinados a ações de infraestrutura sejam obtidos pelos municípios afetados.
Estão no novo decreto Ampére, Bom Jesus do Sul, Boa Esperança do Iguaçu, Cantagalo, Cafezal do Sul, Campina da Lagoa, Chopinzinho, Colorado, Douradina, Engenheiro Beltrão, Guaporema, Ivaté, Marquinho, Maria Helena, Planaltina do Paraná, Santa Mônica, Santa Cruz de Monte Castelo, Santo Antonio do Sudoeste, Santa Isabel do Ivaí, União da Vitória e Vera Cruz do Oeste.
Balanço divulgado ontem pela Defesa Civil aponta ainda que passou de 100 para 106 o número de municípios atingidos pelas chuvas no estado. Segundo o órgão, 136.840 pessoas foram afetadas pelos incidentes.
Em União da Vitória, no Sul do estado, os estragos chegam a R$ 21 milhões, segundo a prefeitura. “É o que gastaríamos para recuperar tudo”, define Márcio César Roieck, chefe local de operações da Defesa Civil. Ele relata que o maior problema provocado pelas inundações abrange estradas rurais e setores que dependem destas vias, como a agropecuária e indústria.
“As estradas ficaram danificadas e isso prejudicou entregas, como a de hortifrutigranjeiros. Teve comércio que não conseguiu receber as mercadorias”, explica Roieck. Pontes e a pavimentação asfáltica também entraram para a lista dos estragos, demandando R$ 1,5 milhão para readequação.
Os danos na agricultura também chamaram atenção em Douradina, na Região Noroeste. A chuva deixou um rastro de R$ 10 milhões em perdas, sendo R$ 5 milhões só neste setor. Os prejuízos com estradas estão na casa de R$ 1,5 milhão. “Na zona rural tivemos ainda a perda de mais de mil cabeças de gado por afogamento, maquinários que ficaram submersos, lavouras de arroz e pastagens”, conta a assessora da prefeitura, Jandira Sorrilha. Segundo ela, o município vai buscar ajuda financeira junto aos governos estadual e federal para se recuperar.
Projetos
Secretário de Obras de Laranjeiras do Sul, Huneri Piovesan comenta que os danos na cidade devem ficar entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões. A situação começou a ser levantada depois que a água baixou, mas já se sabe que houve no perdas de produção de leite e danos em casas e estradas.
O município, segundo ele, precisará de projetos para investir novamente em áreas que já haviam recebido intervenções. Em Irati, além dos R$ 3 milhões em prejuízos em estradas, pavimentação urbana e sistema de drenagem, produtores de pínus perderam cargas e o plantio de trigo também foi afetado.