A Secretaria estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos concluiu, nesta quinta-feira (04), o levantamento de informações sobre atividades diárias de todos os seus funcionários. A pesquisa considerou o meio de transporte que usam, a quantidade de lixo que geram no trabalho e o quanto consomem de energia elétrica durante o expediente. Esses dados irão subsidiar o primeiro inventário de gases de efeito estufa do Brasil produzido em uma Secretaria de Estado. Foram entrevistadas 47 pessoas, incluindo os servidores terceirizados, em 24 setores da secretaria.
A ação faz parte do programa Carbono Zero, que tem a meta de compensar 100% das emissões de gases de efeito estufa geradas em 2012 e reduzi-las nos próximos anos. A concentração desses gases na atmosfera é uma das principais causas do aquecimento global, dizem técnicos da Secretaria.
Os dados sobre a rotina de trabalho dos servidores geraram uma planilha que será usada como base para o cálculo das emissões. Em setembro, a Coordenadoria de Mudanças Climáticas da secretaria, responsável pelo programa, apresentará o inventário e, a partir dele, serão propostas as ações de compensação e redução.
"A ideia é incentivar outros órgãos a aderirem ao projeto. Desta forma, não será apenas uma ação isolada e sim um programa de governo e, mais do que isso, uma importante ferramenta de educação ambiental para a sociedade", destaca o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida.
METODOLOGIA
O cálculo dos gases de efeito estufa emitidos pela Secretaria do Meio Ambiente leva em consideração a utilização direta de fontes de energia, como, por exemplo, a quilometragem percorrida com a frota e com os veículos particulares no transporte dos funcionários até o trabalho, as atividades realizadas nas viagens, o consumo de energia das lâmpadas e dos aparelhos elétricos e eletrônicos, o volume de resíduos gerados diariamente e a quantidade de papel e de outros produtos utilizados durante a rotina de trabalho.
O método será o mesmo da GHG Protocol, ferramenta usada internacionalmente para quantificar e gerenciar as emissões de gases de efeito estufa e reconhecida pela realização de inventários corporativos. “É a metodologia mais usada mundialmente pelas empresas e governos para inventários. É também compatível com a norma ISO 14.064 e com as metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas”, explica o coordenador de Mudanças Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente, Carlos Garcez.
A compensação dos gases emitidos será feita principalmente com o plantio de árvores. Já a redução incluirá a substituição das lâmpadas de mercúrio pelas de LED, que economizam até 70% de energia. Também serão propostas algumas mudanças de hábito entre os funcionários, como a troca dos copos de plástico por xícaras de porcelana, diminuição da quantidade de papéis e do uso de carros, desligamento das luzes e dos computadores sempre que se ausentar do trabalho, entre outros. “São atitudes simples que, somadas, podem contribuir para diminuir o efeito estufa”, comenta Garcez.
O grupo de trabalho responsável pelo levantamento, criado em maio, envolve, além da Coordenadoria de Mudanças Climáticas, o Grupo de Administração Setorial (GAS) da Secretaria do Meio Ambiente e técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).