22/08/2023


Geral

Confusão interrompe sabatinas para a vaga de conselheiro do TCE-PR

No primeiro dia de sabatinas dos candidatos ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), dez concorrentes foram entrevistados pelos deputados estaduais que compõem a comissão especial que conduz o pleito. Houve tumulto após protesto de manifestantes que questionavam o favoritismo de dois deputados à vaga, já que são os próprios colegas que elegem o conselheiro, em votação secreta.

 

Um novo conselheiro para o TCE-PR deve ser eleito pelos 54 deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), após a aposentadoria de Hermas Brandão. São 42 candidatos concorrendo à vaga, os quais devem ser entrevistados até quinta-feira (11). Na prática, o favoritismo está entre os deputados que concorrem – Fábio Camargo (PTB) e Plauto Miró (DEM) – já que os próprios parlamentares admitem o “corporativismo”.

As entrevistas ocorreram na sala de reunião das comissões, em prédio anexo da Alep, na manhã desta segunda-feira (8). O tumulto começou quando a comissão que avaliava os candidatos pediu para que os manifestantes abaixassem os cartazes por conta da repercussão entre o público presente. “Eles disseram que nós poderíamos permanecer em silêncio, e nós estávamos quietos, mas com os cartazes”, reclamou um dos presentes, que preferiu não ser identificado.

Diante da recusa a abaixar os cartazes, os seguranças retiraram os manifestantes à força, e a sessão foi interrompida por alguns minutos até que a ordem fosse retomada. Após a expulsão, o grupo de cerca de dez pessoas seguiu para o gabinete do deputado Fábio Camargo, que já havia sido sabatinado. Eles ficaram no local até que o parlamentar deixou o gabinete, mas não houve novo tumulto.

Além de Camargo, foram sabatinados cinco servidores públicos, dois professores, uma policial e um economista. Cada um teve seis minutos para apresentar um currículo e depois responderam a perguntas dos deputados. Todos tiveram a candidatura aprovada.

 

Impugnação
Antes do início da sabatina de Fábio Camargo, foi apresentado um pedido de impugnação da candidatura dele. O requerimento foi elaborado por um advogado questionando a validade do registro do deputado na OAB, o que configuraria fraude na documentação de inscrição. De acordo com o presidente da comissão, Elio Rusch (DEM), o deputado já foi notificado e deve apresentar uma defesa até o fim desta semana.

A decisão sobre a validade da candidatura caberá, então aos membros da comissão que também é formada por Caíto Quintana (PMDB), Francisco Bührer (PSDB), Tadeu Veneri (PT), e Wilson Quinteiro (PSB).

Fábio Camargo classificou a denúncia como tentativa de prejudicar a candidatura dele, por parte de uma família que teria sido prejudicada pela atuação dele na CPI da Falências. "Na questão da OAB existe um licenciamento meu, porque eu sou uma pessoa que obviamente cumpro com minhas obrigações, cumpro a lei, e a lei é clara. Ela diz que se eu estou na Mesa Executiva, colaborando na administração da Casa, é incompatível com estar na advocacia – consequentemente eu me licenciei da Ordem", se defendeu.

Cristina Esteche

Jornalista

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