22/08/2023


Geral

Guarapuava está entre cidades prioritárias para receber médicos no Paraná

O Paraná tem 35 municípios entre os considerados prioritários pelo governo federal para receber médicos por meio do Programa “Mais Médico”. Guarapuava é uma das cidades do interior do Estado que integra a lista.

 

A lista inclui Curitiba e mais 13 cidades da Região  Metropolitana. São eles: Almirante Tamandaré, Bocaiuva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Contenda, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Lapa, Pinhais, Piraquara, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

A medida provisória que criou o programa foi publicada em Diário Oficial na terça-feira (9). O objetivo do governo federal é ampliar o número de profissionais de saúde em municípios no interior do país e nas periferias das grandes cidades. O projeto vai permitir o trabalho de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma. A estimativa de abertura de cerca de 10 mil vagas para médicos em regiões carentes, que vão receber bolsa federal de R$ 10 mil.

Pelo interior do estado, as cidades as consideradas prioritárias são, além de Guarapuava: Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Iguaraçu, Itaperuçu, Mandaguari, Mandirituba, Marechal Cândido Rondon, Marialva, Nova Laranjeiras, Londrina, Paiçandu, Pato Bragado Planalto, Quintandinha, Rolândia, Santa Helena Santo Antônio do Sudoeste, São Miguel do Iguaçu e Sarandi. Para de fato participar do programa, as prefeituras precisarão se cadastrar.

De acordo com o diagnóstico da saúde divulgado pelo governo federal, no Paraná, a proporção de médicos por habitante é menor do que a média nacional. Enquanto é 1,8 médico para cada 1.000 habitantes, no estado paranaense é 1,69. Apenas, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e o Distrito Federal a proporção é superior à média do país.

Esta proporcionalidade é questionada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Alexandre Gustavo Bley. Neste sábado (13), o médico afirmou que o discurso que o governo faz em relação ao número de médicos é falacioso. Ele argumenta que apesar de em Curitiba haver mais de cinco médicos para cada mil habitantes, existem locais onde não há profissionais. Segundo Bley, não faltam médicos, porém, os médicos rejeitam as vagas.

“Estão pagando muito mal, não tem nenhum tipo de estabilidade, não tem nenhum tipo de plano de carreira, nenhuma garanti, não tem condições estruturais. Por isso, os médicos não vão”. Na avaliação de Bley, o governo não quer enxergar este cenário para não assinar um atestado de incompetência. “Só que este atestado de incompetência não é do governo atual, vem de muito tempo”, complementou.

O médico deixa claro que não existe um posicionamento contrário à vinda de médicos estrangeiros, entretanto, ele considera que deveria haver a revalidação do diploma e um teste do domínio destes profissionais da língua portuguesa.

“Seria ridículo nós sermos contra. Em nenhum país do mundo existe alguma forma de você não permitir que as pessoas transitem e entre, desde que se cumpra o que tem que ser cumprido (…). Aqui no Brasil, não. Entra quem quer porque o governo acha que é urgente trazer novos médicos. Isso é que nós somos contra. Outros profissionais de outras aéreas de outros países querem vir, não tem problema. Façam a prova, avaliem a suficiência na língua portuguesa e venham. Não existe reserva de mercado”, afirmou.

Cristina Esteche

Jornalista

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