O deputado estadual Fábio Camargo, recém-eleito para o cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Paraná, formalizou a renúncia ao mandato de parlamentar, nesta terça-feira (16). Com a medida, que será publicada no próximo Diário da Assembleia, o suplente Antônio Carlos Salles Belinati (PP) pode assumir efetivamente a vaga.
Camargo foi eleito conselheiro com 27 dos 52 votos de parlamentares que participaram da eleição no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Ele venceu o colega deputado Plauto Miró (DEM), que obteve 22 votos, e outros 38 candidatos. Entre os não deputados, o advogado Tarso Cabral Violin recebeu dois votos e o contador Paulo Roberto Drabik foi escolhido por um deputado.
Na sessão desta terça, Miró fez um questionamento ao procurador-geral da Alep quanto ao número de votos recebidos por Camargo. Conforme a lei que determina a votação, o novo conselheiro precisaria de 50% dos votos mais um.
Na sessão, estavam presentes os 54 deputados estaduais. Logo, os 27 votos recebidos seriam exatamente a metade de todos eles. Contudo, os parlamentares que concorreram às vagas não participaram da votação.
De acordo com Miró, o pedido de explicações não pretende inviabilizar a eleição de Camargo. Na opinião dele, ao contrário, a ideia é garantir que a votação tenha efeito legal e não seja questionada posteriormente.
Investigações
Camargo foi eleito em um cenário de denúncias. Existe a suspeita de que o pai dele, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ) Paraná, Clayton Camargo, tenha agido para beneficiar o filho na eleição para o TCE-PR. A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu procedimento para investigar se Clayton Camargo praticou de tráfico de influencia. Fábio Camargo contestou as suspeitas. Em nota, negou que o pai tenha interferido no processo da eleição do TCE-PR, e disse que se submeteu ao crivo dos colegas deputados nas mesmas condições dos concorrentes.
Outra investigação envolvendo o nome de Fábio Camargo tramita no Ministério Público. O deputado é investigado pela contratação do jornalista José Diniz, nomeado em maio de 2012, para um cargo em comissão na Assembleia Legislativa. Apesar de ser empregado do gabinete de Camargo, ele trabalha no programa de televisão do deputado na Rede CNT. O deputado afirmou que o funcionário o jornalista trabalha todos os dias, das 9h às 18h, como agente político. Ele mostrou o que seria um livro ponto com o horário de trabalho e o relatório de atividades do funcionário, que afirmou que ia apenas “esporadicamente” à sede da emissora de televisão.
Novo deputado
Belinati é filho do ex-prefeito de Londrina por três mandatos Antônio Casemiro Belinati, que também foi deputado estadual. Atualmente, o suplente de deputado é diretor comercial na Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar), com mandato previsto até junho de 2015. Se deixar o cargo que ocupa, ele voltara à Alep 11 anos depois de tentar, sem sucesso, a reeleição como deputado estadual.
Nas eleições de 2010, Belinati fez 32.357 votos pela coligação PRB/PP/PTB/DEM/PSDB, ficando como terceiro suplente do grupo. Antes dele, Duílio Genari (PP) já havia entrado na vaga deixada por Durval Amaral, que virou chefe da Casa Civil do estado, e depois também foi eleito para o TCE-PR. Depois, Bernardo Carli (PSDB) assumiu uma cadeira no lugar de Osmar Bertoldi (DEM), que se licenciou para virar secretário de Habitação de Curitiba. Com a saída de Camargo, a cadeira de Carli passa a ser definitiva, enquanto Belinati ocupa a vaga provisória deixada em aberto por Bertoldi.