Cerca de 300 manifestantes, entre alunos e professores do campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM) em Umuarama, no noroeste do Paraná, protestaram na manhã desta quinta-feira (25) contra o corte de professores nos cursos de agronomia e veterinária. Os manifestantes pedem a revogação de medida aprovada no final de junho, na qual orienta o corte no quadro de professores temporários. Por conta da decisão, algumas matérias dos dois cursos podem ficar sem professores.
De acordo com a chefe do departamento do curso de veterinária do campus de Umuarama, Maria José Baptista Barbosa, não há professores suficientes para ministrar aulas no próximo semestre. “Corre o risco de o próximo período não ser concluído", desabafa. O curso perdeu dois professores contratados, e agora passa a ter no quadro 14 professores. Para Maria José, o ideal seria 21.
No curso de agronomia, de 16 professores, quatro foram cortados após a resolução. Conforme o professor temporário Alexandre Salvestro, que ministra aulas no campus há três anos, os principais prejudicados serão os alunos, uma vez que algumas aulas exigem que os professores tenham conhecimentos específicos. “Eles estão falando que um professor de Cidade Gaúcha vai dar aulas aqui, mas ele está com a carga horária lotada naquele campus e eu não sei como ele vai dar conta”, afirma Salvestro.
De acordo com a reitoria da UEM, a resolução foi aprovada para regulamentar a contratação de novos professores temporários na universidade, e por isso houve os cortes. Ainda conforme a instituição de ensino, a universidade vai abrir um novo processo seletivo para a contratação de professores temporários nos próximos meses. Além disso, concursos públicos devem ser abertos nos próximos meses para substituir professores que se aposentaram ou morreram. No entanto, não foram informadas quais medidas devem ser tomadas para evitar que aulas sejam canceladas em Umuarama no próximo semestre.
“Nós estamos no limite. Os professores não são responsáveis apenas pelas aulas – todos nós temos responsabilidades administrativas, precisamos fazer pesquisas e orientar os alunos”, reclama a professora Maria José. Segundo ela, com o corte será ainda mais difícil manter a qualidade de ensino na universidade.