Interesses políticos predominam ao coletivo

A conduta de vereadores de Guarapuava eleitos sob a bandeira de recuperar a imagem da Câmara, desgastada por escândalos patrocinados por denúncias de possiveis irregularidades e pela prisão do ex presidente Admir Strechar, mostra uma triste realidade. Mudaram nomes, mas os vicios continuam os mesmos. O projeto de autoria do vereador Airson Horts (PPS), rejeitado há mais de um mês volta ao cenário para ratificar o que foi dito acima e para mostrar que vereadores eleitos em nome do povo (velho jargão dos discursos politicos) legislam em favor de seus próprios interesses.

Airson propunha uma emenda ao Regimento Interno reduzindo o periodo de recesso dos atuais três para um mês e a ampliação no núemro das sessões que passariam para três durante a semana. Absurdo? De jeito nenhum considerando que o trabalhador brasileiro tem direito a um mês de férias e nem se compara o nível salarial da categoria com a classe politica.

Mas o que me chama a atenção foi a cara de pau explicita de alguns vereadores em declarar publicamente porque deixaram que o projeto pelo menos entrasse em discussão. Foi bem melhor arquivar do que debater.

Mostrando o seu "conhecimento" politico Cosme Stimer  chegou ao cúmulo de dizer que não aprovou a matéria porque era um projeto de um vereador de oposição. Se fosse da sua bancada, aprovaria.

Nerci Guiné disse que não teve tempo hábil de analisar o projeto. Ora, era uma proposta que simplesmente propunha uma maior dedicação dos vereadores ao cargo para o qual foram eleitos, reduzindo férias e aumentando apenas uma sessão na semana. O que existe de tão complexo nesse projeto que precisa de tempo para ser analisado? Os projetos de leis que necessitam de debate, de análises técnicas sãi aprovados em toque de caixa.

E o que dizer da justificativa de Maria José Mandu Ribas que afirmou que a imagem do Legislativo não está apenas associado à rejeição dessa matéria mas, entre outros, na maneira como os projetos são votados?

E a bancada liderada por Airson Horst que foi eleita pregando mudanças? Não avalizou a matéria como retaliação ao vereador que quis assinar a autoria sozinho? Quem conhece Airson sabe muito bem que  ele possui um gênio forte, radical e que, às vezes, não possui "jogo de cintura" para "costuras" politicas. Mas daí a isolar um companheiro porque este não quis ceder à imposições de terceiros, no mínimo, é legislar de acordo com interesses politicos e não em prol da população.