22/08/2023
Cotidiano

Experiência pessoal levou a Guairacá a ser exemplo de acessibilidade, diz Soares

imagem-59424

O depoimento do diretor da Faculdade Guairacá, professores Joarez Soares, na abertura do Fórum Estadual de Acessibilidade, na noite desta quarta feira (18),  no auditório da Faculdade Guairacá mostra como até mesmo órgãos governamentais não estão preparados para dar acesso a portadores de deficiências.

Dono de uma Instituição considerada pelo CREA (Conselho Regional de Engenheiros e Arquitetos) como exemplo de acessibilidade, o professor Soares expôs o que o levou à conscientização de que a escola, independente de nível, deve chamar a atenção para essa nova cultura num país onde cerca de 14% dos habitantes possuem algum tipo de deficiência.

Em 2004 o professor, funcionário da Unicentro (Universidade Estadual do Centro Oeste), foi convidado pelo então reitor Vitor Hugo Zanette para assumir a direção do campus do Cedeteg. Três meses no cargo  foi informado de que receberia a visita de um auditor do Tribunal de Contas. "Assessorado por uma equipe preparamos todos os documentos".  No dia da visita foi surpreendido pelo auditor por ser cadeirante. Começava então uma maratona para suprir as necessidades especiais do auditor, já que o prédio construído pelo Governo Federal, não possuia acessibilidade. "O auditor não conseguia passar pela porta do meu gabinete; a mesa não era adequada. Mas o pior de tudo, entre tantas falhas, foi quando o auditor pediu para ir ao banheiro". No prédio que abriga o curso de geografia há dois banheiros adaptados mas que serviam como almoxarifado. "Nunca me senti tão constrangido. Durante dias fui assessoradao por mestres, doutores e todo o nosso serviço não foi válido pelo constrangimento que passei".

Quando teve a oportunidade de criar a Faculdade Guairacá, o professor disse que a sua principal exigência foi a acessibilidade. "Chamei engenheiros e arquitetos e pedi que tudo fosse adaptado, mesmo porque o espaço foi construído para ser um shopping".  As Clinicas Guiaracá também obedecem as normas da acessibilidade.

De acordo com o professor, a escola precisa ser consciente; engenheiros e arquitetos necessitam projetar edificações pensando nesse público e a Prefeitura tem que agir com rigor para o cumprimento da legislação. Só assim vamos disseminar e implantar a cultura da acessibilidade".

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.