22/08/2023

Homens transformam mulheres em caça

A violência contra a mulher vem ganhando proporções diárias em Guarapuava. Para constatar, basta ver os boletins policiais que muitas vezes não traduzem a gravidade dos fatos. No dia 9 de setembro deste ano, por exemplo, uma jovem foi vítima de agressão com arma branca e o autor foi o excompanheiro. O que o boletim não contou foi que a mulher foi alvo de 15 golpes de faca e sobreviveu. Assim como todas as vítimas de violência doméstica, essa vítima está fugindo do agressor que chegou a ser preso no no sábado (19) e liberado em seguido por falta de mandado de prisão. 

Na noite da última sexta feira uma adolescente foi assassinada quando estava em companhia do namorado e de amigos no Parque do Lago, no centro da cidade. O motivo que levou dois rapazes a procurar a garota e disparar os tiros ainda não foram revelados pela polícia. De acordo com o delegado chefe da 14a Subdivisão Policial, Alexandre Rorato, investigadores encontram-se em diligências e ainda não há informações.

Os índices de feminicídio colocam Guarapuava no ranking do Mapa da Violência como o 11o no Paraná e o 91o no País. Já se trata de caso de saúde pública. 

Para prevenir  e conscientizar as mulheres sobre a importância da Lei Maria da Penha a Secretaria Municipal de Políticas Públicas Para Mulheres, que tem titular a vice prefeita Eva Schran,  desenvolve um trabalho fundamental no centro, na periferia e no interior do município com palestras proferidas pela Assessoria Jurídica da Pasta.

Porém, falta aparelhamento por parte do Estado. Cada dia que passa se faz mais urgente que a Delegacia da Mulher seja equipada; que uma delegada seja nomeada; que uma Casa Abrigo seja implantada para dar seguranças às mulheres agredidas e que tem seus agressores solto nas ruas em busca do momento certo para voltar a atacar. O caso mais recente que comprova esse fato foi o crime ocorrido em maio deste ano, no Dia das Mães, quando a vítima tinha deixado Guarapuava por dois anos com medo do ex namorado. Voltou e na primeira oportunidade foi morta a tiros. O assassino fugiu. 

Outro crime aconteceu no Bairro Conradinho em que a vítima foi morta, o autor que era o seu companheiro, fugiu com o carro da mulher cujo corpo só foi encontrado pelo filho dois dias depois. Mais um foi na Lagoa Dourada em que a vítima foi degolada pelo ex marido. Esses são so casos que chegam à polícia. Não menos graves são aqueles em que o espancamento é diário e que as ameaças impedem de registros, mas que algum dia vai engrossas os índices do feminicidio em Guarapuava.

Enquanto as mulheres estão sendo agredidas e levadas à morte os homens estão por aí soltos e muitos fazendo novas vítimas. 

Por isso, vamos continuar abordando esse tem quantas tantas vezes for necessário. Até que chegue o dia do caçador.

Cristina Esteche

Jornalista

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