O médico guarapuavano Jean Ricardo Micareta apresentou aos deputados da CPI do Pedágio, que hoje (07) está realizando audiência em Guarapuava, um relatório das mortes ocorridas com acidente de trânsito constatadas no Hospital São Vicente de Paulo. Jean Micareta contou aos deputados que se motivou a realizar o levantamento por ter sido vitima de acidente automobilístico.
O médico focou o número de óbitos num único hospital, através do prontuário medico do Hospital São Vicente de Paulo entre os anos de 2012 e 2013.
De acordo com o médico, a estimativa da PRF e das concessionárias fica abaixo da realidade.
O médico defendeu que a grande maioria das mortes ocorridas nas rodovias podem ser evitadas, com investimentos nas rodovias, nos atendimentos nos locais dos acidentes e também nos hospitais. “As estatísticas da Polícia Rodoviária e das concessionárias são baseadas nos 50% de mortes nas rodovias. Eles não contabilizam as mortes que ocorrem nos hospitais, dias depois dos acidentes. O relatório de mortes nas rodovias está subestimado em todo o Paraná”.
O médico apresentou aos deputados o levantamento que realizou junto aos prontuários médicos do Hospital São Vicente, onde várias pessoas morreram dias após os acidentes. “Os meus próprios dados estão subestimados, pois só estou levando em consideração as mortes por trauma. Há outros motivos de morte causados por acidente de trânsito. Não há um sistema eficiente de controle de quantas pessoas realmente morrem nas rodovias”.
Em dois anos, segundo o médico, no Hospital São Vicente foram detectados 66 óbitos após os acidentes. “Não há como nós sabermos exatamente se esses dados estão corretos. Vale destacar que estes dados são somente de um hospital, mas e os outros hospitais entre Foz do Iguaçu e Curitiba? A situação nesses hospitais é a mesma. Temos que rever esses números estatísticos de mortes nas rodovias, pois são muito maiores do que estão sendo divulgados”.
Jean sugeriu aos integrantes da CPI do Pedágio para busquem em todos os hospitais os dados estatísticos da cada casa hospitalar para que esse levantamento possa ficar o mais próximo possível da realidade. “É uma situação muito grave. Se esses dados forem buscados individualmente, os senhores ficarão assustados com a realidade das mortes e com o que é apresentado como sendo oficial”.