Toda vez que olho a estátua ou uma imagem do "Cacique Guairacá", fico me perguntando: será que os índios que verdadeiramente habitavam a região de Guarapuava, antes da chegada dos colonizadores invasores, em 1810, usavam tangas?
Será mesmo que o Cacique Guairacá, que defendia a Nação Guarani, mais concentrada em áreas da atual Foz do Iguaçu e Paraguai, realmente pisava as terras guarapuavanas (ou aqui só vivia parte de sua tribo, conhecida como "homens das 100.000 flechas", pela extensão do território e o número de membros)?
Não que o índio guarapuavano fosse acanhado e não quisesse andar de "bermuda" da sua época. É porque a temperatura era fria e os nossos antepassados certamente refugiavam-se sob roupas, pele de animais, mais aconchegantes, o que torna improvável a figura na estátua do Cacique Guairacá, na entrada da cidade, dentro de uma tanga.
A busca de nossa identidade, com menos fábulas e mais investimento em pesquisa, em investigação científica, será de grande valia para uma cidade cuja cultura já foi por demais mascarada.