Eu fui testemunha nesta terça feira (26) do ótimo resultado que pode ser obtido através do conjunto COMPETÊNCIA PROFISSIONAL e TECNOLOGIA.
Fiz uma entrevista com o cardiologista Stefan Wolanski Negrão, no Centro de Hemodinâmica do Hospital São Vicente. Enquanto conversavamos, o médico se preparava para uma intervenção cirúrgica em um paciente que estava sendo preparado no centro cirúrgico.
O médico permitiu que eu e a jornalista Lizi Dalenogari assistissemos o procedimento, com transmissão ao vivo pelo computador.
Tivemos uma aula de profissionalismo e eficiência.
O paciente, um guarapuavano de 58 anos, passou mal em Camboriu (SC). Lá, procurou um médico e foi diagnosticado com crise renal. Dirigiu até Guarapuava, onde novamente sentiu-se mal e procurou outro médico, que constatou o infarto agudo.
Em poucas horas, o homem estava na mesa de cirurgia. Há alguns anos, o procedimento seria abrir o peito do paciente. Com a tecnologia atual, uma pequena incisão no punho foi o suficiente para realizar um cateterismo e uma angioplastia.
Em 10 minutos o homem, que permaneceu acordado durante todo o procedimento, estava sem as dores no peito e já não sentia mais falta de ar. As veias do coração estavam desobstruídas.
De volta à conversa, o médico Stefan Negrão nos mostrou como foi realizado o procedimento e apontou o local exato onde a veia estava obstruída. "Foi Deus quem fez este homem chegar até aqui. Numa situação normal, ele teria tido morte súbita", contou Stefan.
Porém, nesse procedimento todo, o médico mostrou um pouco de preocupação com o ótimo resultado que a tecnologia oferece. "Talvez este homem, assim como muitos outros pacientes, não saiba da gravidade do problema que teve. Não há sequelas, traumas ou dor pós o procedimento. Ele sai inteiro e bem", contou o médico.
Stefan fez esse comentário para explicar que a tecnologia e o profissionalismo atuam em favor da vida do paciente, mas é ele (o paciente) quem tem que mudar de hábito.
"Hoje não há mais tempo para coisas simples, como caminhar ou curtir a família. As pessoas não se alimentam bem e não viajam a passeio. Há muito estresse diário. Isso tudo está fazendo com que cada vez mais jovens infartem. A tecnologia ajuda, mas é cada pessoa que tem que querer se cuidar, aproveitar a vida", desabafou o médico.
Em uma hora nós tivemos uma verdadeira aula de medicina e, principalmente, de cuidado do ser humano.
O médico tem toda a razão. Por mais profissional que seja o atendimento e por toda a tecnologia que seja empregada para salvar vidas, somos nós que somos responsáveis diretos pela nossa saúde. Não se pode jogar a responsabilidade para os médicos ou hospitais. Somos responsáveis por nós mesmos.
Para mim ficou a lição.