Integrantes da bancada ruralista prevêem que a atuação do Ministério Público Federal do Pará busca promover o boicote da carne produzida por frigoríficos localizados em área de desmatamento na Amazônia pode gerar uma crise de abastecimento de carne e aumentar os preços do produto.
“Se hoje a arroba do gado está a R$ 80,00 no momento em que a Amazônia toda não puder produzir, vai a R$ 180,00. Nós vamos deixar a inflação explodir. Acho que estamos do lado errado”, alertou o deputado federal Cezar Silvestri (PPS-PR), durante a audiência pública que a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural promoveu discutir a suspensão do Decreto 6.514/08, impondo multa ao proprietário rural que deixar de registrar em cartório a reserva legal.
Três dos maiores varejistas do País – Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart anunciaram semana passada a suspensão da compra de carne de onze frigoríficos paraenses da região Amazônica em áreas supostamente desmatadas. Procuradores da República do Pará ameaçavam processar os supermercados que comercializassem carne desses fornecedores.
O deputado Abelardo Lupion (DEM-PA) afirmou que o boicote aos frigoríficos vai ter consequências seriíssimas para a atividade econômica paraense. “O Ministério Público [Federal] do Pará está prestando um desserviço à nação com intenção de aparecer a nível nacional. Quem foi levar o progresso ao Pará e botou indústria naquele estado hoje está sendo punido”, disse.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), alertou para o risco de ocorrer no Brasil crise parecida à que aconteceu na Argentina, quando um impasse político provocou desabastecimento e aumento de preços de bens produzidos pelo agronegócio. “Temos o know-how dos argentinos. Com certeza vai acontecer isso faltar carne”, afirmou.
Além do possível desabastecimento, Duarte Nogueira acredita que o boicote também trará desemprego.
Fonte:Assessoria de imprensa Dep. Cezar Silvestri