22/08/2023
Política

Cesar Filho: ´É a hora e a vez de Guarapuava´

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O clima de otimismo que paira sobre Guarapuava dá a certeza de que o município encontrou, finalmente, a estrada do desenvolvimento. Os últimos números confirmam essa realidade. Em 2013, segundo dados do Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados), Guarapuava gerou 84% a mais de empregos formais do que no mesmo período em 2012. “Estamos atraindo novos empreendimentos e muitos setores estão em alta no município”,
garante o prefeito Cesar Silvestri Filho. “Guarapuava está sendo incluída nas grandes decisões do Paraná e do Brasil, e isso nos permite atrair recursos”. São mais de R$ 90 milhões em investimentos provenientes dos governos Estadual e Federal (veja tabela) para obras de saneamento básico, ampliação da rede de água, infraestrutura urbana e agricultura.

RSN – Passado um ano de gestão, qual é a leitura que o senhor faz de Guarapuava
no cenário político hoje?

PREFEITO – O principal feito foi reinserir Guarapuava no cenário das decisões estratégicas e políticas do Estado. A cidade é uma das que estão recebendo grandes investimentos em infraestrutura ferroviária, aérea e rodoviária. Podemos citar, por exemplo, os investimentos em duplicação de estradas. Guarapuava também estava presente quando foi anunciado o plano de aeroportos regionais, na definição do curso de medicina e do Hospital Regional – o único anunciado no Paraná no mandato do governador Beto Richa –, e do Centro de Especialidades. Temos a Universidade Tecnológica Federal, uma das principais obras do Governo Federal. Enfim, isso nos dá a certeza de que há um processo de representação política eficiente e capaz de liderar a inserção de Guarapuava em decisões importantes.

RSN – O senhor tem participado de reuniões em Brasília…

PREFEITO – Recentemente, tivemos uma reunião na Valec [Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, empresa pública, sob a forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos Transportes, cuja função social é a construção e a exploração de infraestrutura ferroviária]. Discutimos um projeto em médio prazo que é a construção do contorno norte da Ferroeste, mas estávamos lá colocando os argumentos de Guarapuava. Eu não tenho dúvidas de que esses investimentos públicos têm preparado Guarapuava para uma mudança de patamar.

RSN – O senhor citou investimentos privados e públicos. Estes últimos das esferas estadual e federal. O seu partido, o PPS, é da base de oposição do Governo Dilma, e temos cerca de R$ 20 milhoes de recursos federais para 2014. Como foi feita essa ‘costura’?

PREFEITO – Sempre falamos da importância de se ter uma administração pública aliada ao Governo Estadual, do qual somos aliados. E hoje estamos colhendo os benefícios disso. O mesmo ocorre no âmbito federal. Além disso, ajudou muito a compreensão do funcionamento dos processos, experiência que acumulei nos oito anos em que trabalhei em Brasília. Entendo que Brasília é política, sim, mas quando se bate nas portas certas, elabora projetos do jeito que os ministérios querem, onde é prioridade de liberação de recursos por parte do Governo… você acaba superando barreiras políticas. Eu não sou ingênuo e sei também que isso se deve ao relacionamento construído ao longo do tempo.

RSN – Há tempos o senhor já dizia que Guarapuava para ser grande precisava ousar…

PREFEITO – E continuo defendendo essa visão. Se Guarapuava quer ser grande, então precisa ter ideias grandes, e isso tem fomentado o empreendedorismo local. Os investidores estão otimistas e isso se reflete em grandes investimentos imobiliários e comerciais.

RSN – Guarapuava deu um salto no setor de empreendedorismo e hoje é a quarta entre dez cidades paranaenses de médio porte. A lei da micro e da pequena empresa contribuiu?

PREFEITO – É importante lembrar que, quando assumimos, Guarapuava era um dos 30 municípios paranaenses que não possuía essa lei regulamentada. Era um compromisso de campanha e já implantamos nos primeiros meses. Associado a isso, trouxemos o Banco do Empreendedor, programa de qualificação de micro e pequenos empreendedores que está sendo desenvolvido em parceria com a secretaria de Estado da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e com a Unicentro.

RSN – O senhor deverá anunciar a Agência do Empreendedor….

PREFEITO – “Sim, ela será sediada no andar térreo da Prefeitura e pretendemos que seja uma unidade de referência no Paraná no estímulo ao empreendedorismo, na facilitação da abertura de novos empreendimentos, visando a inserção à formalidade com agilidade, qualificação empreendedora e acesso ao microcrédito.

RSN – Guarapuava vive um momento em que o empreendedor tem se voltado para a área de tecnologia, o que durante muito tempo foi apenas discurso. De que forma o município contribuiu com esse novo cenário?

PREFEITO – Primeiro é importante ter isso como foco. Significa bater de porta em porta, receber pessoas, ir atrás. Para um governante que não tem a disposição de dialogar, passa a ser um processo desgastante, porque de dez empresas que você contrata, uma ou outra acabam vingando. Nessa questão da tecnologia, por exemplo, fomos atrás e fizemos de tudo para trazer aquelas que demonstraram interesse. Também fizemos parcerias importantes, por exemplo, com a Unicentro, para o Parque Tecnológico, e estamos concorrendo a um edital de R$ 6 milhões do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais]. Se esse recurso vier, vamos fortalecer e ampliar essa base  tecnológica. Em breve, teremos mais três empresas de segmentos distintos se instalando no município.

RSN – Valos falar agora do setor financeiro da Prefeitura. Tivemos queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios. Além disso, o senhor trabalhou com o orçamento deixado pelo gestor anterior. Como isso impactou neste primeiro ano de gestão?

PREFEITO – “Tivemos uma significativa melhora nas receitas próprias do município em razão de uma política de maior austeridade, principalmente em relação à cobrança do ISS [Imposto Sobre Serviço] e do ITBI [Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis], que tinham muita margem para benevolências. Também pelo próprio aquecimento da economia no mercado imobiliário. Tivemos uma melhora importante no repasse do ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias] pela performance das empresas locais, sendo um dos maiores incrementos do Estado. E o FPM se manteve estabilizado com redução em alguns meses. Enfim, a situação financeira de Guarapuava é saudável.

RSN – Compromissos em dia?

PREFEITO – “Sim. O município tem planejamento para ter em 2014 um volume grande de investimentos próprios em infraestrutura e o de maior vulto será a sede própria da Escola Municipal Antonio Lustosa, orçada em cerca de R$ 6 milhões, já em processo de licitação.

RSN – Termina o ano satisfeito?

PREFEITO – “Se analisar pelo nosso lado, não. Fui eleito com 54% dos votos, sendo o prefeito mais bem votado entre as dez maiores cidades do Paraná, numa eleição acirrada. Isso é reflexo das grandes expectativas da população, e eu tenho essa mesma expectativa em dar as respostas que a população deseja. Mas peguei uma Prefeitura com sucateamento de recursos humanos, de maquinário, de sistema de informática. Tivemos que colocar a casa em ordem e executar um orçamento deixado pelo gestor anterior. A demora do resultado cria uma frustação e me deixa angustiado. Devemos melhorar muita coisa, principalmente, a performance de gestão. Por outro lado, o que me deixa satisfeito é a inserção de Guarapuava nas decisões políticas estadual e federal. Aí posso dizer que planejei, enfrentei e conquistei. Nesse sentido, ganhamos o ano.

RSN – Dos projetos, qual é o que merece mais atenção?

PREFEITO – “Eu não diria que merece mais atenção, mas que é o meu grande orgulho. É o programa habitacional que já começamos. Vamos construir mais de três mil casas até o final deste mandato. Em quatro anos, vamos construir mais do que já foi feito na história de Guarapuava. Isso me dá a certeza de que estou cumprindo minha missão na Prefeitura”.

RSN – Há cerca de três anos, numa entrevista semelhante, o senhor dizia que Guarapuava era a bola da vez. Continua com essa convicção?

PREFEITO – “Mais do que nunca. Agora eu digo que a vez de Guarapuava chegou e que a nossa hora é agora. Guarapuava está inserida numa convergência de coisas positivas. As portas estão se abrindo e quando  vou a um pleito eu sigo confiante porque sei que vou conseguir. As coisas boas  estão acontecendo e em 2014 teremos um  acúmulo de obras, porque vou executar um orçamento que planejei”.

Cristina Esteche

Jornalista

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