22/08/2023

Tem certas coisas que não dá para entender

Existem coisas que só acontecem em Guarapuava. Impedir a realização de uma feira que envolve empresários locais é no mínimo um contrasenso. Acompanho a luta dos lojistas para impedir a feira itinerante e oportunista que vem de fora em vésperas de datas especiais como o Dia das Mães. É o dinheiro de Guarapuava que é levado para outros municípios e o consumidor não tem a mínima chance de reclamar ou de trocar um produto depois que a feira se vai. Isso acontece desde a gestão do ex-prefeito Vitor Hugo Burko, autor de uma lei complementar que visa coibir esse evento na cidade. Mesmo assim, continua acontecendo.

A iniciativa da empresária e advogada Kátia Burko, irmã do ex-prefeito, contempla um anseio dos lojistas guarapuavanos. Também acompanhei as tentativas feitas por Kátia junto a ACIG (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava) desde a gestão da ex-presidente Iris Previatti, no anseio de que a entidade encabeçasse uma feira local.

Cansada de tanto esperar, Kátia resolveu tomar a iniciativa e foi  barrada, com base na interpretação que a Procuradoria do Município teve sobre a lei em vigor. A própria Lei Orgânica do Município, carta magna municipal, reza que o município  tem o dever de fomentar atividades econômicas e de conceder licença para o exercício do comércio eventual ou ambulante, que é o caso do Detona Guarapuava. Se as leis deixam brechas, cabe aos legisladores ajustá-las ou facilitar a realização do evento em questão. Para isso, basta incluí-lo no calendário oficial de eventos do município como acontece com a Expogua (Exposição Feira e Agropecuária de Guarapuava) e que não difere da feira de lojas. Projeto de Lei tramita na Câmara desde 2013 e embora aprovado em primeira votação foi retirado da pauta e deve ser votado nas sessões deste ano.

Mas analisando a questão, por que os feirões de carros  que acontecem em Guarapuava são autorizados? Qual a diferença entre estes e o Detona Guarapuava?

Numa visão simplista acredito que está faltando bom senso por parte do município. São lojistas de Guarapuava, são consumidores locais que tem a oportunidade de comprar peças de grifes famosas por preços acessíveis. É o dinheiro que gira, é a economia que aquece. Afinal, os expositores são lojas com endereço fixo em Guarapuava onde o consumdior pode trocar a mercadoria, reclamar, o que não acontece com o feirão que vem de fora.

Longe de mim pensar que se trata de um problema político porque a empresária é irmã de um ex-prefeito ou porque teve o apoio de uma emissora de  rádio pertencente a um grupo politico de oposição a atual administração. O prefeito Cesar Filho tem uma visão que está acima dessas questões mesquinhas e medíocres que sempre emperraram o desenvolvimento de Guarapuava. Vamos torcer para que a edição deste ano, que já está sendo planejada, e da qual a Rede Sul de Notícias passa a ser parceira, detone com os entraves que tentaram, sem êxito, barrar o evento em 2013.

Cristina Esteche

Jornalista

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