22/08/2023

Carli vem ou não vem para o embate?

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Mais um lance da corrida eleitoral deste ano. Após o discurso do prefeito Cesar Silvestri Filho na Câmara Municipal, traçando comparativos com a administração de Fernando Ribas Carli, ao que parece o ex-prefeito resolveu aceitar o desafio. Circulando com foto ao lado da elegância da ex-primeira dama, Ana Rita, Carli está reativando uma página antiga na internet, sem muitos seguidores, que serve para “linkar” mensagens com títulos “como era Guarapuava antes”, bem ao estilo das comparações.

Carli deve ter aprendido com um erro grave que seu grupo cometeu na derrota para o então candidato a prefeito Victor Hugo Burko, em 1996. Numa eleição tida como ganha, os marqueteiros de Carli trouxeram à tona, no programa de televisão, a imagem do ex-prefeito Nivaldo Krüger que estava há 5 anos fora do poder – longe, muito longe, do imaginário do eleitor. Ao realçar a figura de Nivaldo, esqueceram que o principal alvo era Burko, que ganhou uma eleição na qual Carli começou como franco favorito. E até conseguiram transformar a figura de Nivaldo Krüger em vítima.

Desde que deixou a Prefeitura, em 1º de janeiro, o ex-prefeito Carli recolheu-se a um exílio pessoal e não fala de política em público, o que não o impede – pelo contrário, facilita – de agir nos bastidores, evitando fazer sombra ao seu filho caçula, Bernardo, deputado estadual.

Como no período eleitoral as redes sociais viram um cenário caótico, mais do que habitualmente é, os internautas ficam vulneráveis ao maniqueísmo, às disputas do certo e errado, do feio e bonito, do bem e do mal. Entre os seguidores (internautas do Facebook), o tom oficial da campanha política é relativizado, é visto como “briga” entre dois ou mais defensores de um grupo ou candidato. Passa a ser diferente quando os líderes políticos assumem o discurso. Aí é o posicionamento oficial que toma a frente, colocando os seguidores numa posição submissa, à espera de um novo lance do chefe maior, e legitimando a entrada da pessoa atacada no embate.

Em 1996, Carli errou feio. Trouxe Nivaldo Krüger, um personagem que nada tinha a ver com aquele contexto eleitoral (pelo menos, não no embate oficial), vitimizado porque o poder de fogo utilizado (a televisão) foi muito grande e o ex-prefeito não tinha como se defender. Os pensadores de Carli passavam ao público a ideia de uma eleição consolidada, esquecendo a surrada máxima da velha estratégia política, “cada eleição é uma eleição”. Burko ofereceu ao eleitor o que ele mais esperava: expectativa, alegria, engajamento, grupo unido e forte, confiança entre si. Se isto foi verdadeiro, e se manteve assim, é outra história.

Os números apresentados pelo prefeito Cesar Silvestri Filho são robustos.

A saber, a partir deste momento, se Fernando Carli de fato vai encarar a parada. Agora na posição de quem está sendo chamado para a briga.

Cristina Esteche

Jornalista

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