22/08/2023

A fantástica história da cadela Bolinha

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Há cerca de cinco anos moro num sítio, no interior de Prudentópolis.
Nesse tempo, tenho visto uma cadela andando pelas margens da rodovia, sempre com ar de pressa.

Porém, durante minhas férias em janeiro, vi com mais frequência. Cheguei a pensar que fosse um cachorro abandonado, que vivia às margens da estrada.

Sempre a avistava com latas de bebida ou garrafas pet na boca, andando pelas margens da movimentada PR.

Hoje (16), me emocionei ao conhecer a história dela. Ela tem nome: BOLINHA.

Bolinha é uma cadela mestiça de Basset. Tem cerca de nove anos e pertence a um empresário, que possui uma empresa de recebimento de grãos.

Almocei na casa da Dona Elizabete, que me adotou e cuida de mim há cerca de um ano meio (tomo bronca se deixo sapatos fora do lugar). O marido dela, Vitor, pernoita na empresa de recebimento de grãos. E hoje Bolinha esteve conosco, pois seguiu Vitor na madrugada, de volta para casa.

Ao vê-la logo pedi de quem era. Vitor me disse que quase teve problemas por causa da cadela, pois chegaram a questioná-lo sobre a possibilidade dele estar bebendo durante o serviço.

Segundo Vitor, todos os dias apareciam dezenas de latas de cerveja e garrafas pet no barracão da empresa. Como ele ficava praticamente sozinho no local, acharam que ele estava bebendo.

Vitor é um homem de 57 anos, com muitos problemas de saúde e há mais de 10 anos não bebe, por determinação médica.

Logo descobriram a origem do aglomerado de latas e garrafas de plástico.

Bolinha passa o dia andando às margens da PR, recolhendo as latas e garrafas. Calmamente, ela morde uma a uma e as leva ao mesmo local, dentro de um barracão da empresa.

Vitor diz que não há como precisar a quantidade de latas e garrafas que já foram recolhidas pela cadela, mas, com certeza, são milhares.

Bolinha é calma. Adora colo e cafuné.

Testei a história do Vitor e joguei várias latas no quintal. Bolinha, calmamente, apanhou uma a uma e as levou ao barracão.

Essa é uma história simples, de uma simples cadela.

Mas ela nos deixa a lição mais incrível que pode existir: NÃO FAÇA ISSO. CUIDE DO SEU MUNDO, DO MEU MUNDO.

A parte feliz disso é que Bolinha está prenha.

Um filhote é meu. E já tem nome: MATICO.

Cristina Esteche

Jornalista

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