22/08/2023
Agronegócio

Média semanal das cotações da Ceasa sobe 28% no atacado

As altas temperaturas das últimas semanas, e a estiagem prolongada em quase todo o Paraná, e nos estados vizinhos, comprometeu boa parte da produção de hortigranjeiros. O reflexo disso voltou a se manifestar no atacado das Ceasas do Paraná. Dos 30 principais produtos comercializados na Ceasa de Curitiba, 18 apresentaram aumento nas cotações, 10 permaneceram com preços estáveis, e somente dois baixaram as cotações em relação à semana anterior. 

No acompanhamento realizado pela Divisão Técnica e Econômica (Ditec), da Ceasa Paraná, a média ponderada de preços no atacado da empresa em Curitiba apresentou um reajuste de 27,89% se comparados ao dia 10 de fevereiro. 

“Essa já era uma tendência apontada pela pesquisa feita junto ao atacado da Ceasa Curitiba. Na semana anterior a média das cotações já havia subido. O calor e a estiagem já vinham pressionando os preços. Boa parte dos produtos foi comprometida primeiro com o excesso de calor, e depois pela falta de chuvas que afeta o desenvolvimento das culturas no campo”, diz o economista Valério Borba, assessor técnico da Ceasa Paraná. 

Entre as principais altas na pesquisa realizada pela Ditec junto ao atacado estão o tomate e a batata comum especial, dois produtos que têm importante influência na formação da média ponderada de preços. O tomate tipo longa vida extra 2A, caixa com 20 quilos, foi cotado em média R$ 60, alta de 100% se comparados à semana anterior. 

“As altas temperaturas afetaram o crescimento e qualidade do produto. Mas verificamos oferta de tomate de São Paulo e Santa Catarina, e ainda de regiões paranaenses como Reserva e Faxinal”, diz Valério Borba. 

Já para a batata comum, tipo especial lavada, o saco de 50 quilos está cotado em média a R$ 65, reajuste de 30%. A estiagem prolongada prejudicou a colheita do produto no campo”, explica o assessor técnico da Ceasa Paraná. Na pesquisa feita pela Ditec nesta segunda-feira (17), verificou-se a procedência do produto vindo das regiões de São Paulo, Minas e ainda da zonas produtoras paranaenses da Lapa e São Mateus do Sul. 

VARIAR O CARDÁPIO ALIMENTAR

“O importante neste período é que o consumidor fique atento nestas oscilações para cima das cotações dos hortigranjeiros. A sugestão é que ele busque substituir os produtos com preços em alta, para aqueles que estejam com cotações mais estáveis. O ciclo de produção de muitos hortigranjeiros é curto, e a tendência, com a volta do clima mais ameno, e ainda das chuvas, é que essas culturas voltem também a apresentar maior oferta no atacado”, orienta Valério Borba. 

Ainda com preços superiores aos da semana anterior estão a abobrinha verde, tipo extra 2A, caixa com 19 quilos, cotada em média a R$ 60 (+20%); batata doce extra branca, caixa com 23 quilos, cotada em média a R$ 40 (+5%); mandioquinha de primeira, caixa com 20 quilos, cotada a R$ 70 (+7%); beterraba extra 2A, caixa com 23 quilos, cotada a R$ 45 (+50%); pepino salada aodai extra 2A, caixa com 22 quilos, cotada em média a R$ 55 (+10%); pimentão verde tipo extra 2A, caixa com 13 quilos, cotado a R$ 35 (+75%); repolho híbrido médio, saco com 30 quilos, cotada a R$ 25 (+8%); vagem macarrão extra 2A, caixa com 17 quilos, cotada a R$ 70 (+40%); e ovos branco extra, caixa com 30 dúzias, cotado a R$ 70 (+12%). 

Entre o grupo das frutas as altas ficam por conta do abacate manteiga, caixa com 21 quilos, cotado a R$ 40, (+14%); abacaxi havaí grande, caixa com oito unidades, cotado a R$ 32 (+6%); laranja pera grande, caixa com 25 quilos, cotada as R$ 30 (+7%); limão tahiti médio, caixa com 26 quilos, cotado a R$ 25 (+8%); manga tomy, caixa com 20 quilos, cotada a R$ 55 (+37%) e melão amarelo grande, tipo 8, caixa com 16 quilos, cotado a R$ 38 (+8%); e uva niágara rosada, caixa com oito quilos, cotada a R$ 35 (+4%). 

BANANA E MAÇÃ

Os dois produtos que mostraram reduções de preços neste início de semana são a banana caturra de primeira, caixa com 22 quilos, cotado a R$ 15, baixa de 16%; e a maçã nacional gala tipo de primeira, caixa com 20 quilos, cotada a R$ 75, baixa de 3%. 

COTAÇÕES ESTÁVEIS

No comparativo realizado pela Ditec os preços estáveis no atacado da Ceasa ficaram para as ofertas da abóbora seca, quilo a R$ 1,20; aipim de primeira, caixa com 22 quilos, a R$ 30; alface crespa, tipo grande, caixa com 18 unidades, a R$ 25; cebola pera nacional, saco com 20 quilos, a R$ 23; cenoura nantes, tipo 2A, caixa com 23 quilos, a R$ 30; chuchu, tipo extra 2A, caixa com 22 quilos, a R$ 65; e couve flor grande, dúzia, a R$ 40. 

Entre as frutas a estabilidade das cotações fica por conta do mamão comum, caixa com 15 quilos, a R$ 25; melancia redonda, quilos, a R$ 1,00; e morango caixa com quatro bandejas, entre 1 quilo a 1,5 quilos, a R% 10. 

Cristina Esteche

Jornalista

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