22/08/2023
Segurança

Atentados e ameaças de morte causam caos no setor administrativo do IML

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(Na foto, com o objetivo de causar um acidente, o veículo que teve pneu cortado e parafusos afrouxados)

Uma sequência de atentados contra o patrimônio e de ameaças de morte à diretora do Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, Fortunata Camilo, gerou um caos no setor administrativo do local.

Em contato com a Rede Sul de Notícias, a chefe administrativa do IML, Fortunata Camilo, confirmou as ameaças de morte contra ela e relatou ainda a seqüência de atentados contra o patrimônio. “Há cerca de dois meses o motor da câmara fria foi arrebentado e só descobrimos quando o mau cheiro já estava tomando conta do prédio. Agilizamos o conserto e constatamos o ato de vandalismo. Mais recentemente, o veículo do IML, um Renault Fluence, teve o pneu dianteiro esquerdo cortado com uma faca e todos os parafusos das rodas foram afrouxados. Isso na madrugada em que eu iria viajar a Curitiba. Além disso, tenho recebido muitas ligações anônimas, me ameaçando”.

Hoje (06), Fortunata está em Curitiba e o caso está sendo relatado à Secretaria de Segurança Pública do Paraná. A diretora deixou Guarapuava na última sexta feira (28) e diz não ter interesse em voltar. “Em três meses e dez dias dei o melhor de mim nos trabalhos no IML. Aboli algumas práticas que eram praticadas até minha chegada, e devo ter incomodado alguém. Não tenho interesse em voltar. É uma questão de segurança, da minha segurança”.

SECRETÁRIA

Além da diretora, a secretária do IML também teria abandonado o cargo após receber pressão externa. Com o abandono do trabalho da secretária, os laudos não estão sendo digitalizados, permanecendo apenas as informações manuscritas. O trabalho está muito atrasado.

SEGURANÇA

O prédio do IML de Guarapuava não possui nenhum sistema de segurança. Não há câmeras e nem mesmo grades nas portas e janelas. Essa falta de segurança facilitou o acesso dos vândalos que danificaram a câmara fria no local. Recentemente, após uma fuga de presos da Cadeia Pública, também a lavanderia foi danificada, com a parte física quebrada pelos fugitivos.

QUADRO PESSOAL

O quadro de pessoal do IML de Guarapuava também não é suficiente para atender a região, com cerca de 500 mil habitantes. Três médicos legistas prestam atendimento, mas um está hospitalizado e apenas dois realizam os turnos de trabalho.

Também faltam auxiliares de necropsia, uma vez que um está em licença maternidade e outro em licença especial. Apenas três realizam os plantões de atendimento.

Segundo a chefe administrativa, na próxima semana deve haver uma manifestação da Secretaria de Segurança Pública do Paraná sobre a situação do IML de Guarapuava.

Ninguém quis citar os nomes dos suspeitos de praticar os atentados contra o patrimônio e as ameaças contra a diretora do IML.

Cristina Esteche

Jornalista

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