22/08/2023

A arte de Valdir Cruz!

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O trabalho do fotógrafo Valdir Cruz, guarapuavano que reside em Manhattan, nos Estados Unidos, está prestes a ser concluído. Durante 30 anos, a cada vinda à “terrinha”, como ele costuma se referir a Guarapuava, Valdir fotografou lugares e pessoas, cujo resultado se transformou em verdadeiras obras de arte.

Para mostrar  as faces de Guarapuava ao Brasil e, quem sabe, ao mundo, Valdir Cruz, há anos tenta montar uma exposição, mas o alto custo e a falta de patrocínio eram, até pouco tempo,  o impeditivo, apesar de  ter o projeto aprovado pelo Ministério da Cultura. Aliás, entraves políticos nunca permitiram que o fotógrafo, considerado um dos melhores do mundo,  mostrasse o seu talento no Paraná. Acompanho essa luta há anos.

Ele  já expôs nas principais galerias e museus nos Estados Unidos e Europa,  possui trabalhos nos acervos de coleções como o MoMa de Nova York, o Brookluy Museum de NY, o Museum of Fine Arts de Houstone e o Masp de São Paulo.  Em 2007, lançou o livro “Caminho das Águas”, publicado pela CosacNaify, também mostrando Guarapuava.

Finalmente, em abril no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo,  o trabalho de 30 anos será mostrado,  trazendo também para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e na Unicentro, em Guarapuava.  A parceria é com a Prefeitura.

Para quem vê as obras de Valdir Cruz  desconhece o trabalho de produção do fotógrafo.  Só quem o acompanha, nem que seja por poucas horas, sabe a dedicação, o comprometimento, o profissionalismo e, principalmente, o amor que envolve o seu trabalho.

Tive a oportunidade de acompanhá-lo madrugada a dentro no seu estúdio  no West Village em NY, justamente na produção das fotos de Guarapuava. Lá pude perceber que Valdir é seu próprio laboratorista.  Cada detalhe, cada luz, cada expressão, se materializam grandes formatos, 4 por 5 polegadas, que permitem melhor escaneamento e posterior impressão de pigmento sobre o papel. O resultado são detalhes surpreendentes, textura e qualidade de imagem,  trabalhados junto com outro gênio, cujo nome me escapa à memória – uma falha imperdoável, infelizmente.

Confesso que um dos quadros, o de um senhor fotografado em Entre Rios me marcou. Mas a cada imagem que vai sendo revelada no papel, Valdir Cruz se embevece e contagia quem está perto. Aí se tem a certeza de quem arte realmente não tem preço que dimensione a sua importância. Só quem sabe é o próprio autor.

Cristina Esteche

Jornalista

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