22/08/2023


Geral

População aprova trabalho da Defensoria Pública do Estado

O público que procura a assistência jurídica da Defensoria Pública do Estado aprova o atendimento realizado pelos defensores e pela equipe multidisciplinar do órgão. Somente em Curitiba, cerca de 7 mil pessoas foram recebidas no Centro de Atendimento Multidisciplinar da Defensoria Pública, desde maio de 2013, quando os dados passaram a ser contabilizados. O serviço prestado nas áreas de Família, Infância e Juventude, Criminal e Execução Penal é voltado a famílias com renda mensal de até três salários mínimos (R$ 2.172,00). 

Nayara Bueno, de Curitiba, procurou a Defensoria em dezembro de 2013 para resolver uma questão de urgência. Ela foi agredida pelo ex-companheiro e logo após a separação pediu a guarda do filho. A decisão de que não haveria visitas do pai à criança – uma forma de garantir a integridade dela até a próxima audiência, em março – foi revogada em 18 de dezembro, quando o sistema judiciário entrou em recesso. 

“Chegamos a contatar outra advogada, que não pode nos atender por causa do recesso. Então, procuramos a Defensoria, que foi bastante ágil. Assim que entramos com o pedido, fomos muito bem atendidos e logo os defensores conseguiram fazer com que a juíza anulasse a decisão. Foi o que nos ajudou e garantiu a nossa proteção”, afirma. 

A mãe de Nayara, a dona de casa Elci Bueno, também elogia a rapidez com que o órgão resolveu a questão. “A Defensoria Pública foi o que nos socorreu, pois não tínhamos a quem recorrer. Minha filha chegou a perder as férias se escondendo do ex-companheiro. Mas, graças a Deus, resolvemos a questão porque os defensores foram muito atenciosos. Logo perceberam que era uma situação de emergência e nos acolheram”, lembra. 

Outro caso envolvendo a guarda de crianças encaminhado à Defensoria Pública, desta vez em Paranaguá, no Litoral do Estado, é o da autônoma Sara Correia da Silva. Ela conta que cuidava da neta, que hoje tem sete anos, desde quando a criança nasceu, já que os pais não tinham estrutura para acolher a criança. Há cerca de um mês a menina foi levada pela mãe para São José dos Pinhais, e Sara não teve mais contato com a neta. 

“Como eu sempre cuidei da criança, achei que não precisava ir à Justiça para ter a guarda. Quando minha neta foi tirada de casa, procurei o Conselho Tutelar, que não pôde me ajudar e, então, procurei a Defensoria. Estou sendo muito bem assessorada. Em poucos dias consegui a guarda provisória e uma nova audiência vai decidir sobre a guarda definitiva. Agora, só espero minha neta voltar para casa”. 

O pensionista Domingos Mamedes procurou a Defensoria Pública para fazer uma nova escritura do terreno onde mora, em Curitiba. Depois que sua esposa morreu, há três anos, Domingos começou uma disputa com o cunhado. Como o terreno estava no nome da esposa, o pensionista quis passar a escritura para o seu. “Me disseram que eu não tinha mais direito de morar aqui, onde vivo há 36 anos. Cheguei a ir até uma delegacia, mas só consegui resolver a questão na Defensoria. Agora, só falta agora ir até o cartório e retirar o documento”, explica. Para a defensora pública-geral do Estado, Josiane Fruet Bettini Lupion, o trabalho realizado pelo órgão tem atraído a atenção da população. “A procura pela Defensoria cresceu muito. É o último lugar onde as pessoas vêm, depois de passarem por uma série de órgãos. Ao chegarem aqui, todos são atendidos e o acompanhamento não é apenas no campo jurídico, mas também são realizados encaminhamentos psicológico e social”, ressalta a defensora. 

Criada em 1991 pela Lei Complementar 55, a Defensoria levou 20 anos para ser regulamentada, o que só aconteceu em 2011, por determinação do governador Beto Richa. Com a regulamentação, novos defensores e assistentes técnicos foram contratados e a instituição, que até então atendia basicamente em Curitiba, está agora em 22 comarcas no Estado. Apesar de estar em processo de estruturação, o atendimento no órgão é constante. 

SERVIÇO

A Defensoria Pública do Paraná presta assistência jurídica gratuita a quem não pode pagar por um advogado. Na área de Família, os pedidos são para a guarda de menores, pensão alimentícia, divórcio ou união estável. Na Cível, são atendidos casos de reintegração de posse, interdição, pedidos de medicamentos, despejo, usucapião e danos morais. 

A área da Infância e Juventude garante os direitos de adolescentes que cometeram atos infracionais, e a área Criminal garante a todos a defesa por atos infracionais. Em geral, são feitos pedidos de liberdade provisória e habeas corpus. Já em Execução Penal, é realizado o acompanhamento de presos com condenação, com atuação nas revisões de pena. 

Em Curitiba, a instituição realiza ainda um trabalho de serviço social, com o encaminhamento de alguns casos para órgãos como Fundação de Ação Social (FAS), Conselho Tutelar, unidades de saúde, delegacias e núcleos especializados para acompanhamento de situação de violência. 

A Defensoria Pública está em processo de estruturação em outras 21 cidades do interior do Paraná. Entre elas, dez possuem sede e as outras atendem em fóruns, delegacias ou penitenciárias locais. Clique aqui e confira os locais de atendimento. 

Confira as cidades que contam com defensores públicos: 

Almirante Tamandaré 

Araucária 

Campina Grande do Sul 

Campo Largo 

Cascavel 

Castro 

Cianorte 

Colombo 

Curitiba 

Fazenda Rio Grande 

Foz do Iguaçu 

Guarapuava 

Guaratuba 

Londrina 

Maringá 

Matinhos 

Paranaguá 

Pinhais 

Piraquara 

Ponta Grossa 

São José dos Pinhais 

Umuarama

Cristina Esteche

Jornalista

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